sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Chávez e Evo enviariam urânio ao Irã

Chávez e Evo enviariam urânio ao Irã

Por Andrei Netto, no Estadão:

O Departamento de Estado americano obteve informações em março de 2009 segundo as quais o Irã venderia armas à Venezuela, disfarçando os carregamentos em caixas de materiais eletrônicos. No sentido contrário, suspeitavam diplomatas americanos, Teerã buscaria na Venezuela e na Bolívia urânio para alimentar seu programa nuclear.

As suspeitas foram divulgadas ontem graças a mais revelações de telegramas diplomáticos secretos divulgados pelo site WikiLeaks.

As suspeitas começaram no início de 2006, quando Teerã aproximou-se dos governo do venezuelano Hugo Chávez e do boliviano Evo Morales. Desde então, acordos comerciais e a presença de técnicos iranianos em jazidas de minério nos dois países latino-americanos foram esquadrinhados por serviços diplomáticos e secretos dos EUA. Segundo os despachos, isso ocorreu em especial após 2009, quando o ministro de Indústrias venezuelano, Rodolfo Sanz, afirmou que as “proporções geológicas” de seu país indicam que a Venezuela pode “ter importantes reservas de urânio”.

Os telegramas das embaixadas dos EUA em Caracas e Bogotá, revelados pelo site, contêm testemunhos que confirmariam a presença de um total de 57 técnicos iranianos “que não respondem à administração venezuelana” e trabalhariam em órgãos de mineração e geologia.

Os americanos ponderaram ainda que a Venezuela “não tem cientistas qualificados para levar a cabo um programa nuclear”, o que reforçaria a suspeita de colaboração com o programa nuclear iraniano.

A mesma suspeita teria sido levantada por autoridades de Israel, que, em maio de 2009, advertiam os diplomatas americanos que Irã, Bolívia e Venezuela colaboravam entre si na questão nuclear.

Em outros despachos, de março de 2009, o Departamento de Estado americano é informado que o Irã estaria enviando carregamentos de armas e produtos químicos para a Venezuela, por meio da Turquia. “Autoridades venezuelanas esperavam receber um carregamento de veículos aéreos não tripulados (UAV) e de material relacionado do Irã, via Turquia, em maio de 2009. Funcionários venezuelanos acreditavam que o equipamento podia ser embalado novamente e rotulado como equipamento eletrônico, transportado por rodovias do Irã à Turquia. Uma vez na Turquia, seria carregado em um navio de transporte marítimo”, diz um dos documentos

Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Humor

Humor.

Para os estudantes que estão se preparando para o exame da OAB.



01. Qual a capital do estado civil?

02. Dizer que gato preto dá azar é preconceito racial ?

03. Com a nova Lei Ambiental, afogar o ganso passou a ser crime?

04. Pessoas de má fé são aquelas que não acreditam em Deus?

05. Quem é canhoto pode prestar vestibular para Direito?

06. Levar a secretária eletrônica para a cama é assédio sexual?

07. Quantos quilos por dia emagrece um casal que optou pelo regime parcial?

08. Tem algum direito a mulher em trabalho de parto sem carteira assinada?

09. A gravidez da prostituta, no exercício de suas funções profissionais, caracteriza acidente de trabalho?

10. Seria patrocínio o assassinato de um patrão?

11. Cabe relaxamento de prisão nos casos de prisão de ventre?

12. A marcha processual tem câmbio manual ou automático?

13. Provocar o Judiciário é xingar o juiz?

14. Se um motel funciona somente das 8 às 18 horas, podemos dizer que ali só ocorrem
transações comerciais?

15. Para tiro à queima-roupa é preciso que a vítima esteja vestida?


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Desvio de armas e drogas no Rio de Janeiro

Desvio de armas e drogas no Rio de Janeiro


Por Diana Brito e Hudson Corrêa, na Folha:
A cúpula da Segurança do Rio investiga desvios de dinheiro e armas do tráfico de drogas, além de facilitação de fuga de traficantes, supostamente informados com antecedência por policiais sobre as operações. Com 1.600 homens envolvidos na ação, as polícias Militar e Civil não relataram nenhuma apreensão de dinheiro nem apresentaram números e a descrição exata das armas apreendidas.

Um dos indícios de irregularidade é que o Exército, com 800 militares, relatou a apreensão de “US$ 50 mil mais R$ 20 mil” no sábado, totalizando R$ 106 mil. Mas, na versão da 22ª Delegacia de Polícia, na Penha, a quantia apreendida pelo Exército foi menor: de US$ 27 mil mais R$ 29 mil (total de R$ 75,1 mil) . Procurado de novo, o Comando Militar do Leste não quis comentar.

A Polícia Federal, que participou com 300 policiais, informava ter apreendido R$ 39.850 de um traficante. Uma autoridade que pediu para não ter o seu nome divulgado disse que está havendo no Alemão “uma verdadeira caça ao tesouro”, o que está deixando vários policiais indignados. Suspeita-se que o dinheiro que deveria ter sido apreendido tenha saído da favela em mochilas de policiais, enquanto carros de polícia eram usados para levar pertences como televisores. Contrariados por presenciar esses furtos, integrantes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) atiravam nas telas de TVs que estavam sendo levadas, disse uma fonte à Folha.

Sobre as armas, uma pessoa envolvida na operação disse que a PF apreendeu em menos ações mais armas, de maior poderio e mais novas. Ontem, a secretaria disse que apreendeu 135 armas -velhas, em sua maioria


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

Excelente artigo da senadora Kátia Abreu no Estadão de hoje

Excelente artigo da senadora Kátia Abreu no Estadão de hoje:

O Código Florestal precisa ser revisto?


Essa é uma interrogação que se tornou presente entre nós e para respondê-la temos de afastar o radicalismo e desfazer as desinformações. É natural que a opinião pública, às vezes, se sinta insegura diante das versões contraditórias que são divulgadas. A lei em vigor está desatualizada, pois foi editada há 45 anos, quando nossa agricultura era ainda pequena, diferente da máquina produtiva de hoje. Por outro lado, os movimentos ambientalistas ortodoxos defendem a tese de que nossa lei é a melhor do mundo e não pode ser atualizada. Refletindo o pensamento político dos verdes e dos interesses econômicos europeus, um influente jornal espanhol publicou que “o Brasil concederá anistia aos responsáveis por catástrofes ambientais”. Com quem está a verdade?

A opinião geral tende a ser formada com retalhos de informação, escolhidos e dispostos de forma a induzir determinadas conclusões. Ou seja, a informação destina-se a convencer. Com isso, quem sai perdendo são a verdade e o equilíbrio. Vou tentar reduzir a questão a termos claros, para que a névoa dos equívocos não turve o olhar das pessoas que se interessam pelo problema. As mudanças propostas ao Código Florestal não contêm uma só norma que facilite o desmatamento. O que se prevê é uma moratória para suspender o desmatamento em áreas de florestas por cinco anos. Qualquer afirmação em contrário é falsa. Se a lei atual é boa, boa continuará. E nenhuma árvore a mais será derrubada em razão das modificações na lei.

E o que querem, então, os produtores? O código tem uma regra que determina que todas as propriedades rurais devem manter uma área, entre 20%, na maioria dos biomas, e 80%, na Amazônia, chamada “reserva legal”, a qual não pode ser objeto de exploração e deve ser conservada com sua vegetação original. As propriedades que não tenham hoje essa “reserva” devem, sob as penas da atual lei, replantar a vegetação nativa, mesmo nas áreas abertas antes dessa exigência. A reserva legal não existe em nenhum outro país do mundo. As propriedades rurais nos Estados Unidos, na Europa, na Argentina ou em qualquer outro país podem ser exploradas integralmente, em 100% de sua área. Nesses países as áreas de preservação natural são grandes áreas continuas de propriedade do Estado, e não pequenos fragmentos de propriedades particulares, muitas vezes desprovidos de função ecológica.

Ao contrário do Brasil, a agricultura e a pecuária na América do Norte, na Europa e na Ásia ocuparam quase que exclusivamente áreas originais de florestas. Nenhum outro país, no entanto, jamais cogitou de inutilizar 20% ou 80% de suas áreas de produção agrícola para reconstituir ambientes naturais do passado. Nesses países, os conceitos e funções de uma unidade de conservação e de produção são distintos. Além do mais, a ocupação do nosso território com a agricultura e a pecuária foi um processo secular, iniciado nos tempos de colônia, ocorrido sem transgressão de qualquer lei. O Brasil tem hoje 354,9 milhões de hectares ocupados com lavouras e pastagens. Desse total, 272 milhões de hectares, ou seja, 68%, eram explorados em 1965, quando foi editado o Código Florestal.

De lá para cá os produtores acrescentaram apenas 83 milhões de hectares para produção, o que significa menos de 10% de nosso território, de 850 milhões de hectares. Só que em 1965 produzíamos 20 milhões de toneladas de grãos e agora, 150 milhões. Produzíamos 2 milhões de toneladas de carne e hoje, mais de 25 milhões. Nossos produtores não devastaram a natureza, ao contrário, realizaram a mais impressionante revolução técnica da agricultura e da pecuária no mundo. Além disso, a maior parte das áreas acrescentadas após a vigência do código não eram áreas de florestas, e sim de cerrados. Aliás, o processo de ocupação foi promovido e financiado pelo governo, que conseguiu transformar o Brasil no segundo maior produtor e exportador de alimentos do mundo.

Dos 100 milhões de hectares cultivados hoje no bioma cerrado, 80 milhões estavam abertos quando foi instituída a reserva legal, em 1989. Como mostram os números, os produtores brasileiros não são culpados por nenhuma catástrofe ambiental, mas talvez sejam responsáveis por uma catástrofe econômica para os produtores agrícolas da Europa. A exigência da “reserva legal” é contrária ao interesse do País. Esperamos que com o tempo a sociedade reconheça isso. Mesmo assim, a proposta de revisão do código mantém inalterada essa exigência. A diferença é que reconhece como legal a ocupação das áreas consolidadas com produção de alimentos, evitando a sua diminuição.

Se a revisão não for aprovada, é bom que todos saibam que mais de 90% dos 5 milhões de propriedades rurais permanecerão na ilegalidade injustamente, pois suas áreas foram ocupadas antes da vigência do código e suas posteriores modificações. Para superar a ilegalidade imposta vamos ter de esterilizar por volta de um quinto das áreas em produção, com a redução brutal da renda dos produtores, das safras destinadas ao consumo doméstico, das exportações, e um consequente aumento dos preços dos alimentos. Tudo isso não se materializou ainda porque os sucessivos governos, cientes das consequências desastrosas, vêm, com prudência, adiando, por meio de decretos, sua vigência.

Está claro que a reforma que queremos diz respeito ao passado, mas interessa ao futuro. Devolver a segurança jurídica ao campo é útil para todos. Assegurar a irretroatividade da lei é uma maneira civilizada de remediar um dispositivo legal injusto, incompatível com a realidade, o interesse do País e o Estado de Direito. A luta pela conservação ambiental só será efetiva se houver mais consensos, menos conflitos ideológicos e, principalmente, paz. Nesse tema, apenas leis, punições e ameaças servem pouco. Elas não plantam árvores. Ou, como dizia o poeta Drummond: “As leis não bastam./ Os lírios não nascem das leis.”


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente