quinta-feira, 29 de março de 2012

O Brasil fica chato sem o Millôr Fernandes

O Brasil fica chato sem o Millôr Fernandes.


1924-2012






10 frases geniais:


1. “Apesar da escola, sou, basicamente, um autodidata. Tudo que não sei sempre ignorei sozinho”

2. “O que o dinheiro faz por nós não é nada em comparação com o que nós fazemos por ele”

3. "Erudito é um sujeito que tem mais cultura do que cabe nele"

4. "O Brasil é realmente muito amplo e luxuoso. O serviço é que é péssimo"

5. "No início do século passado, artistas criaram a arte não-figurativa. Estamos bem perto de criar a natureza desfigurada"

6. "A única vantagem de você ser bem velho é que ninguém vem te chatear com seguros de vida"

7. “O homem é o único animal que ri. E é rindo que ele mostra o animal que é”

8. “Quem mata o tempo não é um assassino: é um suicida”

9. "Desconfio sempre de todo idealista que lucra com seu ideal"

10. "Além de ir pro inferno, só tenho medo de uma coisa: juros"


Obras:

Prosa

Eva sem costela – Um livro em defesa do homem (sob o pseudônimo de Adão Júnior) - 1946 - Editora O Cruzeiro.
Tempo e contratempo (sob o pseudônimo de Emmanuel Vão Gogô) - 1949 - Editora O Cruzeiro.
Lições de um ignorante - 1963 - J. Álvaro Editor
Fábulas Fabulosas - 1964 - J. Álvaro Editor. Edição revista e ilustrada – 1973 - Nórdica
Esta é a verdadeira história do Paraíso - 1972 - Livraria Francisco Alves
Trinta anos de mim mesmo - 1972 - Nórdica
Livro vermelho dos pensamentos de Millôr - 1973 – Nórdica. Edição revista e ampliada: Senac – 2000.
Compozissõis imfãtis - 1975 - Nórdica
Livro branco do humor - 1975 – Nórdica
Devora-me ou te decifro – 1976 – L&PM
Millôr no Pasquim - 1977 – Nórdica
Reflexões sem dor - 1977 - Edibolso.
Novas fábulas fabulosas - 1978 – Nórdica
Que país é este? - 1978 – Nórdica
Millôr Fernandes – Literatura comentada. Organização de Maria Célia Paulillo – 1980 Abril Educação
Todo homem é minha caça - 1981 - Nórdica
Diário da Nova República - 1985 – L&PM
Eros uma vez – 1987 – Nórdica – Ilustrações de Nani
Diário da Nova República, v. 2 - 1988 – L&PM
Diário da Nova República, v. 3 – 1988 – L&PM
The cow went to the swamp ou A vaca foi pro brejo – 1988 - Record
Humor nos tempos do Collor (com L. F. Veríssimo e Jô Soares) – 1992 – L&PM
Millôr definitivo - A bíblia do caos - 1994 – L&PM
Amostra bem-humorada – 1997 – Ediouro – Seleção de textos de Maura Sardinha
Tempo e contratempo (2ª edição) – Millôr revisita Vão Gogô - 1998 - Beca.
Crítica da razão impura ou O primado da ignorância – Sobre Brejal dos Guajas, de José Sarney, e Dependência e Desenvolvimento na América Latina, de Fernando Henrique Cardoso – 2002 – L&PM
100 Fábulas Fabulosas – 2003 – Record
Apresentações – 2004 – Record.
Novas Fábulas E Contos Fabulosos (ilustrações de Angeli) - 2007 - Desidratada.

Poesia

Papaverum Millôr – 1967 – Prelo. Edição revista e ilustrada: 1974 – Nórdica
Hai-kais – 1968 – Senzala
Poemas – 1984 – L&PM

Artes visuais

Desenhos – 1981 – Raízes Artes Gráficas. Prefácio de Pietro Maria Bardi e apresentação de Antônio Houaiss.

Teatro (em livro)

Teatro de Millôr Fernandes (inclui Uma mulher em três atos 1953, Do tamanho de um defunto 1955, Bonito como um deus 1955 e A gaivota 1959) – 1957 – Civilização Brasileira
Um elefante no caos ou Jornal do Brasil ou, sobretudo, Por que me ufano do meu país – 1962 – Editora do Autor
Pigmaleoa – 1965 – Brasiliense
Computa, computador, computa – 1972 – Nórdica
É... – 1977 – L&PM
A história é uma istória – 1978 – L&PM
O homem do princípio ao fim – 1982 – L&PM
Os órfãos de Jânio – 1979 – L&PM
Duas tábuas e uma paixão – 1982 – L&PM (nunca encenada)

Teatro (não editado em livro)

Diálogo da mais perfeita compreensão conjugal - 1955
Pif, tac, zig, pong – 1962
A viúva imortal – 1967
A eterna luta entre o homem e a mulher – 1982
Kaos – 1995 (leitura pública em 2001 – nunca encenada)

Espetáculos musicais

Pif-Paf – Edição extra! – 1952 (com músicas de Ary Barroso)
Esse mundo é meu – 1965 (em parceria com Sérgio Ricardo)
Liberdade, liberdade – 1965 (em parceria com Flávio Rangel)
Memórias de um sargento de milícias - 1966 (com músicas de Marco Antonio e Nelson Lins e Barros)
Momento 68 – 1968
Mulher, esse super-homem – 1969
Bons tempos, hein?! – 1979 (publicada pela L&PM - 1979 - Porto Alegre)
Vidigal: Memórias de um sargento de milícias – 1982 (com músicas de Carlos Lyra)
De repente – 1984
O MPB-4 e o Dr. Çobral vão em busca do mal – 1984
Brasil! Outros 500 – Uma Pop Ópera (com músicas de Toquinho e Paulo César Pinheiro)



Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

Querem um puquinho mais de fraude?

Querem um puquinho mais de fraude?
TCU vê sobrepreço de R$ 29 milhões em obra do São Francisco.



Por Roberto Maltchick, no Globo:
O Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou indícios de sobrepreço de R$ 29 milhões em contrato do lote 5, no Ceará, da transposição do São Francisco, e determinou ao Ministério da Integração Nacional que revise o preço de itens do edital para impedir prejuízo aos cofres públicos. Os auditores do tribunal ainda criticaram a demora para a execução das obras, o que ocasiona aumento do custo total do mega-empreendimento, agora orçado em R$ 8,2 bilhões, de acordo com o TCU.

Não houve liberação de recursos. Os técnicos do tribunal encontraram falhas no edital, como um valor superestimado de R$ 5,1 milhões, por exemplo, em “filtros e transições finas horizontais de areia natural”, que representa 1,22% do orçamento total do empreendimento. Ao todo, foram identificados preços acima daqueles praticados no mercado em 18 itens unitários da obra. Diante das imporpriedades verificadas no edital, o Ministério da Integração Nacional foi obrigado a adiar a concorrência aberta para o trecho, que estava marcada para a última terça-feira.

O TCU ainda criticou a demora da obra, que além de ocasionar prejuízos materiais, infla o custo da obra, inicialmente orçada em R$ 5,2 bilhões. Segundo o TCU, existem falhas graves nos projetos básicos da Transposição do São Francisco:

“As deficiências apontadas no projeto básico das obras têm acarretado dificuldades no cumprimento do cronograma das obras, com o consequente atraso na data estimada para a conclusão do empreendimento, além de recorrentes demandas, por parte das empresas contratadas, de realinhamento de preços unitários e de celebração de termos aditivos para adequar os quantitativos de serviços à realidade da obra, revelada pela conclusão paulatina dos projetos executivos”.

O Lote 5 prevê a construção de 7 reservatórios, em Jati (CE). O trecho tem 426 km de extensão. A previsão é que, em 2015, vai beneficiar cerca de R$ 7,1 milhões de pessoas em Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.

Em fevereiro, a presidente Dilma Rousseff pediu agilidade a consórcios e empreiteiras que prestam serviços ao governo nas obras de transposição do Rio São Francisco.
(…)


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

Ministério da Pesca compra lanchas que não usa

Ministério da Pesca compra lanchas que não usa. Conta: R$ 31,1 milhões. Fora as evidências de fraude na licitação.

Por Marta Salomon, no Estadão:
Sem competência para fiscalizar a pesca irregular, o Ministério da Pesca comprou 28 lanchas-patrulha por mais de R$ 1 milhão cada, das quais ao menos 23 nunca entraram em operação ou estão avariadas, segundo auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU). Parte da fatura de R$ 31,1 milhões foi paga na gestão de Ideli Salvatti, responsável hoje pela coordenação política do governo Dilma Rousseff.

Dados do Tesouro mostram que parcela de R$ 5,2 milhões da compra foi paga em abril e maio de 2011, sob ordem da então ministra da Pesca, no programa de “apoio e implantação de infraestrutura aquícola e pesqueira”. Ontem à noite, a assessoria de Ideli Salvatti informou que a auditoria do TCU investigou não o pagamento, mas a compra das lanchas, negócio autorizado na administração de Altemir Gregolin, que deixou a pasta em dezembro de 2010. No último dia no cargo, em 31 de dezembro, ele determinou a construção de mais 5 lanchas, quando apenas 4 das 23 encomendadas haviam entrado na água. Quem recebeu o dinheiro foi a empresa Intech Boating Comércio de Embarcações Ltda., sediada em Santa Catarina e inaugurada pouco antes da primeira compra de cinco lanchas autorizada por Gregolin.

Desde a criação da Secretaria até a saída de Ideli Salvatti, o posto criado no governo Lula coube ao PT de Santa Catarina. “O negócio foi lançado para a Intech Boating ganhar”, afirma o relatório do ministro Aroldo Cedraz, aprovado na sessão de ontem do Tribunal. O edital reproduzia os requisitos técnicos do modelo de estreia da empresa no mercado. “As medidas e padrões de desempenho atendem perfeitamente aos requisitos excessivamente detalhados nos editais dos pregões”, diz o relatório. E mais: o aviso de licitação foi publicado em jornal que circula só no Distrito Federal, onde não há estaleiros. A licitação exigia que as lanchas deveriam ser entregues em São Luís (MA) e Belém (PA).
(…)

Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

Conversa gravada pela PF

Em conversa gravada pela PF, Cachoeira cita repasses a Demóstenes


No Globo:

Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso por exploração de jogos ilegais em Goiás, pode ter repassado mais de R$ 3 milhões ao senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Gravações da Polícia Federal revelam que Cachoeira, o contador Giovani Pereira Silva e o sócio Cláudio Abreu conversaram ano passado sobre várias cifras e, em meio à contabilidade, fizeram referências a supostos repasses ao senador. Trechos dos diálogos foram divulgados pelo “Jornal Nacional” nesta quarta-feira.

As conversas foram interceptadas ano passado, no começo da Operação Monte Carlo. Cachoeira, Abreu e Silva estão fazendo contas de movimentação financeira da organização. Num determinado momento, Abreu pergunta a Cachoeira quanto ele reteve. “Um milhão do Demóstenes”, responde Cachoeira. Na sequência da conversa, Cachoeira menciona outras cifras e relaciona os números ao senador. Seriam R$ 1,5 milhão, mais R$ 600 mil e mais R$ 1 milhão. Essa última cifra teria sido o valor a ser retido, segundo noticiou o “JN”.

Representação no Conselho de Ética
A soma daria, nos cálculos de Cachoeira, R$ 3,1 milhões. Abreu corrige o sócio e diz que parte do dinheiro já vinha sendo retida desde a eleição do Demóstenes por recomendação do próprio Cachoeira. A conversa dura cinco minutos, e os três mencionam o nome “Demóstenes” seis vezes. Nos trechos divulgados pela TV não estão claras as circunstâncias e nem os objetivos da suposta movimentação financeira.

Está nas mãos do líder do PMDB , Renan Calheiros (AL), e do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), recompor o Conselho de Ética do Senado, acéfalo desde setembro do ano passado, para que tramite a representação contra Demóstenes, apresentada ontem pelo PSOL. O documento pede abertura de processo disciplinar para investigar quebra de decoro parlamentar, com punições que vão até a perda do mandato, pelas suspeitas relações do senador com Carlinhos Cachoeira.

O vice-presidente do Conselho de Ética, Jayme Campos (DEM-MT), disse que é preciso que o PMDB indique o substituto do ex-presidente João Alberto (PMDB-MA). A partir daí, ele convocará, em cinco dias, uma nova eleição para que o novo comando do colegiado analise a admissibilidade da representação.

O maranhense João Alberto comandou o conselho de abril a setembro do ano passado. Antes dele, o conselho ficara desativado dois anos. Mas o líder Renan Calheiros foi categórico: “Isso não é problema do PMDB, não! Não é o líder que cuida disso, não! Eu sei lá quem!” Com o impasse, caberá a Sarney decidir que destino dar ao conselho e à representação contra Demóstenes, assinada pelo presidente do PSOL, deputado Ivan Valente (SP). Ele protocolou o pedido acompanhado pelo senador Randolfe Rodrigues (AP) e pelo deputado Chico Alencar (RJ). Na representação, o PSOL pede que sejam chamados para depor Carlinhos Cachoeira e os demais envolvidos no inquérito apresentado pelo MP.


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

terça-feira, 27 de março de 2012

Mercadante inicia grandes feitos no MEC

Mercadante inicia grandes feitos no MEC:

Petista que está há 21 anos na faculdade e ainda não concluiu o curso é nomeado para importante cargo no Ministério da.... Educação!



Aloízio Mercadante nomeou para a Diretoria de Integração das Redes de Educação Profissional e Tecnológica do MEC o petista Irailton Lima de Sousa, diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento da Educação Profissional Dom Moacyr, do Acre.

Irailton carrega o título de “professor”, mas professor não é. Irailton ESTÁ FAZENDO FACULDADE HÁ 21 ANOS!!! E NÃO CONCLUIU O CURSO! Entre os documentos obrigatórios que precisa entregar para assumir a pasta está o diploma de graduação. Darão um jeito.


Altino Machado conta a história em detalhes no Blog da Amazônia:
*
O “professor” Irailton Lima de Sousa, diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento da Educação Profissional Dom Moacyr, do Acre, anunciou que vai assumir a Diretoria de Integração das Redes de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação.

Militante do PT e ex-candidato a vereador em Rio Branco, Irailton Sousa foi indicado para o cargo com aval do ex-governador do Acre, Binho Marques (PT), que atualmente é o titular da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino do MEC, além do aval do atual governador Tião Viana (PT).

Porém, Irailton Sousa, enfrenta dificuldade para apresentar o diploma de graduação em Ciências Sociais pela Ufac (Universidade Federal do Acre), exigido pelo MEC. Segundo a coordenação do curso de bacharelado em Ciências Sociais, Sousa iniciou o curso, pela primeira vez, em 1991.

- Os cargos no Ministério da Educação são de livre provimento. São cargos políticos. Não existe uma exigência legal para que tenha a formação - argumenta Sousa.

Consultada pelo Blog da Amazônia, a coordenadora do curso de bacharelado em Ciências Sociais, professora doutora Eurenice Oliveira de Lima, enviou a seguinte nota de esclarecimento:

“1 - O referido aluno iniciou o curso, pela primeira vez, em 1991. Temendo um processo de jubilamento, prestou novamente vestibular e reiniciou o curso em 1998. Considerando todo o período, ele está há 21 anos no curso Ciências Sociais. Em 2004, este aluno não estava sequer cadastrado no Sistema de Informação do Ensino (SIE).

2 - Conforme o Histórico Escolar do aluno, disponível no sistema da UFAC, a carga horária cumprida por ele ao longo desses 21 anos foi de 2.070 horas, sendo que a carga horária exigida para concessão de diploma como Bacharel em Ciências Sociais é de 2.295 horas.

3 - Este aluno deveria ter sido jubilado em 2005. No entanto, em 2007, a Coordenação do Curso autorizou ao Núcleo de Registro e Controle Acadêmico da UFAC (NURCA) o recadastramento para que ele tivesse a oportunidade de defender sua monografia, o que foi feito em 2008, sob a orientação do Prof. Dr. Ermício Sena.

4 - De acordo com o Projeto Curricular Pedagógico do Curso de Ciências Sociais, o prazo de integralização é de sete anos. No entanto, o aluno em questão defendeu sua monografia sem integralização de créditos, dez anos depois de sua matrícula em 1998.

5 - Além disso, à época da defesa de sua monografia, o aluno devia outros créditos e também o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (ENADE), que integra o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES). Estabelece o Ministério da Educação e Cultura (MEC) que o ENADE faz parte do componente curricular, de maneira que o seu descumprimento não permite colar grau ou obter diplomação. Isto posto, a declaração de conclusão do curso, que o aluno pleiteia junto a esta Coordenação, não tem validade legal.

6 - Outrossim, uma vez defendida a monografia, o mencionado aluno ingressou com uma solicitação de colação de grau especial, por meio da Vice-Reitoria, na pessoa do Prof. Dr. Pascoal Muniz, procedimento este totalmente inadequado. Pois o caminho correto é que esta solicitação seja feita diretamente na Coordenação do Curso, instância responsável por dar sequência aos procedimentos cabíveis, que se pauta pela normas vigentes na Instituição e sempre orientou os alunos sobre seus direitos e deveres.

7 - Como se vê, esta é a síntese da trajetória acadêmica apresentada pelo discente. Cabe a pergunta: este aluno tem autoridade para tecer críticas à UFAC e a seu corpo docente, que estão apenas cumprindo a legislação educacional em vigor? Entendo que este não é o melhor caminho para quem pretende cuidar do futuro de milhões de jovens brasileiros que aguardam ansiosamente as oportunidades do PRONATEC, programa em que o aluno parece pleitear um cargo de direção.

8 - Por fim, ressalto que a Coordenação do Curso de Bacharelado em Ciências Sociais está aberta e disponível a prestar quaisquer esclarecimentos sobre o caso, assim como as demais instâncias da UFAC, primando sempre pela transparência e rigor na administração pública.

Leiam trechos da entrevista que Irailton concedeu ao Blog da Amazônia:
BLOG DA AMAZÔNIA - Quem o convidou para assumir a Diretoria de Integração das Redes de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação?
IRAILTON SOUSA - O convite veio da parte do professor Marco Antonio, que é o novo secretário de Educação Profissional e Tecnológica do MEC. O professor Marco Antonio está constituindo uma nova equipe para a Setec. Ele entende que um dos grandes desafios da secretaria e da política de educação profissional para o país diz respeito ao envolvimento das redes estaduais, de modo que tenham uma participação mais ativa na execução dos muitos programas do MEC, em particular o Brasil Profissionalizado e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, o Pronatec. Eu sou atualmente o coordenador do Fórum Nacional de Educação Profissional, com delegação para representar todos os estados da federação nas discussões com o Ministério da Educação sobre educação profissional.
(…)

O ex-governador do Acre, Binho Marques, que atualmente é o titular da Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino do MEC, não teve influência em sua indicação? Foi ele quem o indicou para o Instituto Dom Moacyr.
O secretário Marco Antonio, de Educação Profissional e Tecnológica, está buscando alguém que tenha boa interlocução entre os estados. O governador Tião Viana liberou a minha ida para Brasília, mas o ex-governador Binho Marques foi quem chancelou essa decisão quando foi consultado pelo secretário Marco Antonio.

(…)
Para assumir a Diretoria de Integração das Redes de Educação Profissional e Tecnológica é necessário diploma de formação superior e você parece não ter obtido ainda a sua diplomação em ciências sociais na Universidade Federal do Acre. Como contornar isso?
Os cargos no Ministério da Educação são de livre provimento. São cargos políticos. Não existe uma exigência legal para que tenha a formação. Ocorre que, na composição da documentação, o MEC solicita que seja apresentado no rol de documentos o diploma de graduação.

(…)
Você fez Enade, que é obrigatório?
Não, não fiz. O que está por se resolver: Educação Física 2 e o Enade. A Educação Física 2, todas as vezes que fui fazer a matrícula, tinha passado do prazo. Quanto ao Enade, eu não sabia que tinha sido convocado para fazer o exame. Não recebi qualquer correspondência e por isso não fiquei sabendo que estava inscrito pra fazer o Enade. Agora vou ser prejudicado, não posso receber o diploma, por não ter feito uma coisa para qual eu nem sabia que estava inscrito? Acho isso uma injustiça.
(…)


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

Nota de Esclarecimento

Nota de Esclarecimento.


Recebo e-mail de um leitor do blog que me cobra imparcialidade na análise política de algumas questões.
Então vamos deixar as coisas mais claras para não haver mal entendido.

Todas as matérias que assino expressam minha opinião pessoal, e não a opinião da OAB ou dos demais diretores e advogados.
O blog existe como meio de expressão dos advogados. Qualquer advogado pode postar o que bem entender neste espaço, desde que se responsabilize, é claro, por suas palavras. Isso foi definido em reunião dos Diretores da OAB local.

Os assuntos que pautam os meus posts são Direito e Política, sejam relevantes para Ribeirão Bonito, ou não.
Não sou jornalista e não tenho pretensões jornalísticas. Apanho notícias, me atenho aos fatos e faço as críticas quando entendo que devo fazê-las. Assim sendo, não tenho obrigação nenhuma de ser imparcial. Posso ser parcial, vestir uma camisa, entenderam?

Continuarei postando enquanto me permitirem, afinal o blog não é meu.

Comentários.
Eu não tenho acesso à area de comentários do blog. A senha para administração do blog fica com um funcionário da OAB. A orientação é para que não publique comentários anônimos, tampouco comentários ofensivos, que incitem violência ou qualquer crime, etc.
Limito-me a enviar o que desejo seja publicado através de e-mail. Os funcionários da OAB recebem o e-mail e postam no blog, OK?

Postas tais considerações, agradeço a todos que acompanham o "Juris et de Jure" (ainda vou sugerir a mudança do nome do blog) e enfatizo que estamos sempre abertos ao debate.


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

sexta-feira, 23 de março de 2012

Modo petista de planejar

Modo petista de planejar - Custo da transposição do São Francisco aumenta 71% e vai superar R$ 8 bilhões


Por Marta Salomon, no Estadão:
Vencido o prazo original em que a transposição do Rio São Francisco deveria estar pronta e funcionando no semiárido nordestino, a obra registrou aumento de R$ 3,4 bilhões - ou 71% - em seus custos em relação à previsão inicial, segundo a mais recente estimativa feita pelo Ministério da Integração Nacional. Desde o início do governo Dilma Rousseff, o custo total da obra pulou de R$ 4,8 bilhões para R$ 8,2 bilhões. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva previa inaugurar a obra em 2010.

Isso significa que, se a transposição fosse uma aplicação financeira, teria rendido 65% acima da inflação do período. Para essa comparação, o Estado usou a variação de preços medida pelo IPCA, índice usado no regime de metas de inflação do governo. A alta foi de 8,2% entre dezembro de 2010 e março de 2012.

A construção de cerca de 600 quilômetros de canais de concreto que desviarão parte das águas do rio ainda deve consumir mais 45 meses. O preço aumentou com a renegociação dos contratos originais e o lançamento programado de mais de R$ 2,6 bilhões em novas licitações.

Iniciada em 2007 como a mais cara a ser paga com dinheiro dos tributos entre os projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a obra da transposição do São Francisco está parada em três trechos: em Salgueiro (PE), Verdejante (PE) e São José das Piranhas (PB). Os contratos originais referentes a esses trechos serão rompidos e haverá nova licitação. Também serão licitados trechos de obras “remanescentes” ao longo de quase toda a extensão do projeto.

Há dois outros trechos em reforma, pois placas de concreto que haviam sido colocadas racharam, registraram fissuras, ou se deslocaram, supostamente por falhas na drenagem de canais que não suportaram chuvas fortes.

Todos os demais trechos tocados pela iniciativa privada tiveram os preços aumentados em até 25%, limite fixado pela lei de licitações.

Novos editais. Só neste mês, o Ministério da Integração Nacional lança quatro novos editais para a licitação de R$ 2 bilhões em obras. Até junho, outros dois editais serão lançados, ao custo estimado em R$ 645 milhões. O total é superior ao previsto pelo ministro Fernando Bezerra Coelho menos de três meses atrás, quando revelou ao Estado que a obra custaria R$ 1,2 bilhão extra.

Responsável pela obra, o Ministério da Integração atribuiu o aumento do custo da obra a adaptações no empreendimento, em decorrência do detalhamento dos projetos. As obras começaram de forma apressada, sem os respectivos projetos executivos. Além disso, segundo o ministério, “a forte demanda” sobre a construção civil e a construção pesada pressionou os custos.

No mesmo período em que o preço da transposição aumentou 71%, os custos da construção civil no Brasil cresceram 6,9%. No Nordeste, local da obra, os custos cresceram 7,2%.

O Ministério do Planejamento, que coordena o PAC, autorizou o aumento do custo da obra. “Os aditivos são explicados pelo avanço dos projetos executivos, que têm identificado, com maior grau de precisão, as intervenções necessárias para a completude (sic) do projeto de interligação (sic) do São Francisco”, informou em nota a assessoria da ministra Miriam Belchior.

O início das obras, em 2007, sem o projeto executivo, não seria um caso único entre os projetos do PAC, continua a nota, que classifica o projeto como “estratégico, desafiador e fundamental” para 390 cidades dos Estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará e Rio Grande do Norte.

O Ministério da Integração evita criticar abertamente o início das obras sem um projeto detalhado porque isso aconteceu sob a gestão do então ministro Ciro Gomes, correligionário no PSB do atual ministro Fernando Bezerra e padrinho do novo secretário de recursos hídricos da pasta, Francisco Teixeira, principal executivo da transposição. No início das obras, Dilma Rousseff, então ministra da Casa Civil, era citada como a “mãe” do PAC.
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Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

Assessores de Aécio Neves no Senado

Assessores de Aécio Neves no Senado recebem jetom em estatais mineiras

Por Fábio Fabrini, no Estadão Online:

Assessores do gabinete do senador Aécio Neves (PSDB-MG) estão engordando seus contracheques graças a cargos em estatais mineiras. Três servidores comissionados recebem, além do salário do Senado, remunerações por integrar conselhos de empresas do Estado, governado pelo tucano de 2003 a 2010 e agora sob o comando do aliado Antônio Anastasia (PSDB). Assim, turbinam os rendimentos em até 46%. Ninguém é obrigado a bater ponto no Senado e, nas estatais, são exigidos a ir a no máximo uma reunião por mês.

Nomeado assessor técnico de Aécio em fevereiro de 2011, o administrador Flávio José Barbosa de Alencastro recebe R$ 16.337. No Conselho de Administração da Companhia de Abastecimento de Minas (Copasa), ele tem direito a até R$ 5.852 por mês, totalizando R$ 22.190. (…) Alencastro foi eleito para o conselho em 15 de abril, menos de um mês após a nomeação no Senado.

Também assessora de Aécio, com salário de R$ 16.337, a jornalista Maria Heloísa Cardoso Neves recebe jetons de R$ 5 mil por mês da Companhia de Desenvolvimento Econômico de MG (Codemig) para participar, obrigatoriamente, de três reuniões anuais do Conselho de Administração. E, por vezes, de encontros extraordinários. Em 2011, foram três. Heloísa foi indicada em 2004, pelo então governador Aécio, e admitida pelo Senado em 2011. Ela diz que sua atribuição é, sobretudo, cuidar de estratégias de comunicação e projetos ligados à área.
(…)
Aécio informou, via assessoria, que não há vedação legal ou incompatibilidade entre as funções. Alegou que a acumulação indevida, prevista na Constituição, não se aplica a esses casos e que o STF, em medida cautelar, acolheu esse entendimento. Aécio disse que os funcionários cumprem carga horária regular no Senado.


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Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

Demóstenes pediu dinheiro

PF: Demóstenes pediu dinheiro a Carlinhos Cachoeira


No Globo:

Gravações da Polícia Federal revelam que o senador Demóstenes Torres (GO), líder do DEM no Senado, pediu dinheiro e vazou informações de reuniões oficiais a Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, acusado de chefiar a exploração ilegal de jogos em Goiás. Relatório com as gravações e outros graves indícios foi enviado à Procuradoria Geral da República em 2009, mas o chefe da instituição, Roberto Gurgel, não tomou qualquer providência para esclarecer o caso. O documento aponta ainda ligações comprometedoras entre os deputados Carlos Leréia (PSDB-GO) e João Sandes Júnior (PP-GO) com Cachoeira.


O relatório, produzido três anos antes da deflagração da Operação Monte Carlo, escancara os vínculos entre Demóstenes e Cachoeira. Numa das gravações, feitas com autorização judicial, Demóstenes pede para Cachoeira “pagar uma despesa dele com táxi-aéreo no valor de R$ 3 mil”. Em outro trecho do relatório, elaborado com base nas gravações, os investigadores informam que o senador fez “confidências” a Cachoeira sobre reuniões reservadas que teve no Executivo, no Legislativo e no Judiciário. Parlamentar influente, Demóstenes costuma participar de importantes discussões, sobretudo aquelas relacionadas a assuntos de segurança pública.

O relatório revela ainda que desde 2009 Demóstenes usava um rádio Nextel (tipo de telefone) “habilitado nos Estados Unidos” para manter conversas secretas com Cachoeira. Segundo a polícia, os contatos entre os dois eram “frequentes”. A informação reapareceu nas investigações da Monte Carlo. Para autoridades que acompanham o caso de perto, esse é mais um indicativo de que as relações do senador com Cachoeira foram mantidas, mesmo depois da primeira investigação criminal sobre o assunto. O documento expõe também a proximidade entre Cachoeira e os deputados Leréia e Sandes Júnior.

Leréia também usava um Nextel para conversas secretas com Cachoeira. A polícia produziu o relatório com base em inquérito aberto em Anápolis para investigar a exploração de bingos e caça-níqueis na cidade e arredores. Como não pode investigar parlamentares sem autorização prévia do Supremo Tribunal Federal (STF), a PF enviou o material à Procuradoria Geral em 15 de setembro de 2009. O relatório foi recebido pela subprocuradora-geral Cláudia Sampaio Marques. Caberia ao procurador-geral, Roberto Gurgel, decidir se pediria ou não ao STF abertura de inquérito contra os parlamentares. Mas, desde então, nenhuma providência foi tomada.

No segundo semestre de 2010, a PF abriu inquérito para apurar exploração ilegal de jogos em Luziânia e se deparou com as mesmas irregularidades da investigação concluída há três anos. Procurado pelo GLOBO, Gurgel disse, por meio da assessoria de imprensa, que estava aguardando o resultado da Operação Monte Carlo para decidir o que fazer em relação aos parlamentares. O advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, confirmou o uso do Nextel por Demóstenes.

Segundo ele, o senador usou o telefone, mas não se lembra desde quando. O advogado não fez comentários sobre o suposto pedido de pagamento de despesas e o vazamento de informações oficiais.


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Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

O assassino de Toulouse

O assassino de Toulouse é um extremista islâmico! Alguma novidade?


E vários jornalistas imbecis ainda buscam justificar a violência dos terroristas.
Se o assassino estivesse e Guantanamo teríamos menos vítimas!


Leiam o que informa VEJA Online.

O suspeito do massacre na escola judaica de Toulouse, Mohammed Merah, planejava outro ataque contra militares franceses nesta quarta-feira, informaram os jornais franceses Le Figaro e Le Monde. Segundo Nicole Yardeni, delegada local do Conselho Representativo de Instituições Judaicas (Crif), a informação foi passada pelo próprio presidente da França, Nicolas Sarkozy, durante uma reunião com representantes religiosos em um prédio do Exército próximo à casa onde Merah permanece cercado.

“Tinha um plano para matar na manhã desta quarta-feira”, confirmou Yardeni, pouco antes do discurso do presidente: “O atirador queria fazer a República curvar-se a ele, mas a França não cedeu”, disse Sarkozy durante uma cerimônia dedicada aos soldados mortos por Merah, classificando os ataques de “assassinatos terroristas”. Ele reiterou seu pedido para que a população não alimente qualquer sentimento de vingança. “A França expressou nos últimos dias uma magnífica imagem de união. Nós devemos continuar unidos e não ceder à vontade de vingança. Nós devemos isso a todas as vítimas e ao nosso país. Viva a República, e viva a França!”.

O procurador-geral de Paris, François Molins, detalhou o plano de Merah para esta quarta-feira: “Planejava um novo atentado nesta manhã contra um militar assim que saísse de sua casa”. Mas o assassino “tinha outros alvos”, em particular dois policiais em Toulouse. Ainda de acordo com ele, o assassino afirmou que agiu sozinho e prometeu se entregar no “fim da tarde” desta quarta-feira (Toulouse tem um fuso horário de 4 horas a mais em relação a Brasília). Em suas conversas com os policiais, Merah “não manifesta arrependimento nenhum”, a não ser por “não ter feito mais vítimas”, acrescentou o promotor.

Antes de cercar o prédio onde mora o acusado, a polícia já temia que o terrorista - suspeito de sete assassinatos - preparasse um novo ataque e corria contra o tempo para identificá-lo. “Estamos diante de um indivíduo extremamente determinado, com muito sangue frio e com alvos extremamente definidos”, afirmou o promotor-chefe de Paris, François Molins, que lembrou que a média de assassinatos era de um a cada quatro dias. Antes de matar três crianças e um adulto em uma escola judaica de Toulouse, o terrorista havia assassinado três soldados franceses.

Justiça
O ministro do Interior da França, Claude Guéant, ressaltou que a preocupação das autoridades é prender vivo o suspeito dos assassinatos em Toulouse e Montauban. “Nossa principal preocupação é detê-lo em condições que possamos apresentá-lo à Justiça”, enfatizou. Ele, que acompanha pessoalmente a operação, disse que a mãe do jovem “foi levada ao local para conversar com o filho, mas desistiu” de convencê-lo a se entregar. O irmão do jovem foi preso mais cedo pela polícia.

(…)
Segundo Guéant, o homem cercado pela polícia “tem vínculos com salafistas e jihadistas e viajou ao Paquistão e ao Afeganistão”. “Ele afirma pertencer à Al-Qaeda e que quer vingar as crianças palestinas e castigar o Exército francês”. O irmão e a irmã do jovem participavam do mesmo movimento, mas são menos violentos e não viajaram à fronteira entre Paquistão e Afeganistão. “A polícia está certa de que ele é o autor do massacre: um jovem de 24 anos conhecido pelos serviços de informação franceses, que comprovaram seu envolvimento na série de assassinatos Toulouse”, destacou o ministro.

No início da operação desta quarta-feira, três policiais ficaram feridos sem gravidade, um no joelho, outro no ombro e um terceiro atingido por disparo contra o colete a prova de balas. O suspeito “faz parte deste pessoal que volta das zonas de combate e que sempre é fonte de preocupação para os serviços” de inteligência, revelou uma fonte ligada à investigação.

Histórico
Merah trabalhava como mecânico e havia tentado entrar na Legião Estrangeira da França em 2010. Conforme o site da revista Le Point, Merah, francês de origem argelina, foi expulso da corporação em seu primeiro dia e atualmente trabalhava como serralheiro em Toulouse, no sul da França.

O jovem entrou em contato com grupos islâmicos radicais com os quais também estava envolvido seu irmão, que foi preso nesta quarta-feira. Merah, que afirmou pertencer à Al Qaeda, fez duas viagens à fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão, em 2010 e 2011, para se integrar a grupos combatentes de talibãs em uma região onde atua o Movimento dos Talibãs do Paquistão (TIP), informou o jornal Le Monde.

Antes disso, Merah havia sido preso no Afeganistão por fabricar bombas na província de Kandahar, mas fugiu da cadeia meses depois, durante um motim realizado pelo Talibã, afirmou à agência Reuters nesta quarta-feira o diretor da cadeia, Ghulam Faruq. Ele disse que o acusado foi detido pelas forças de segurança afegãs em 19 de dezembro de 2007 e condenado a três anos de prisão.
(…)


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Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

quarta-feira, 21 de março de 2012

Decisão totalitária e ridícula

TSE: Uma decisão totalitária e ridícula.


Vejam o que informa Felipe Seligman, na Folha Online. Comento abaixo.

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O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) multou nesta terça-feira em R$ 5.000 uma eleitora de Aracaju (SE) por ter feito, em 2010, propaganda eleitoral antecipada em favor de Dilma Rousseff (PT), então pré-candidata à Presidência da República.

O Ministério Público Eleitoral argumentou que Adma Fonseca de Almeida colou em seu carro, antes de 6 de julho daquele ano, um adesivo com os dizeres “Agora é Dilma”, que vinha acompanhando com uma estrela vermelha ao lado.

Os ministros entenderam, por 5 votos a 2, que o fato configura propaganda eleitoral e, por ter ocorrido antes do início oficial da campanha, foi irregular. O relator do caso, ministro Marcelo Ribeiro, votou então pela multa mínima, que é de R$ 5.000. Foi acompanhado por Marco Aurélio Mello, Laurita Vaz, Arnaldo Versiani e Ricardo Lewandowski.

Já os ministros Gilson Dipp e José Antonio Dias Toffoli argumentaram que a imprensa já tratava Dilma como candidata, que já havia, inclusive, se licenciado da Casa Civil, com o intuito de participar das eleições.

Além disso, eles argumentaram que a mensagem não pedia votos. A defesa da eleitora também argumentou que não havia sido ela que colou o adesivo em seu carro.
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Comento:

Não existe outra palavra para definir a decisão, a não ser risível. Espanta ter saído do TSE? A mim não espanta. Temos visto verdadeiros absurdos na justiça eleitoral. Tudo bem, é a pior legislação que temos... mas as interpretações sobre uma legislação que já é porca torna-se ainda pior quando lhe faltam o bom o senso e a lógica. Os nobres julgadores não conseguem diferenciar a propaganda eleitoral produzida por um partido ou candidato da manifestação livre de um eleitor. A decisão não é só ridícula, é também arbitrária. Ora, se não posso pregar em meu carro o adesivo de quem eu quiser, desde que não esteja incitando o crime, então o carro não é só meu; os digníssimos do TSE passam a ser meus sócios no veículo. Ademais, se existia propaganda eleitoral antecipada o punido deveria ser o partido e a respectiva candidata, não o eleitor..... Quem sabe um dia os digníssimo resolvam interditar a si mesmos e libertar os eleitores!

A reportagem me fez lembrar que em 2008, ainda como pré-candidato à prefeitura de Ribeirão Bonito, concedi uma entrevista ao Jornal local "Agosto". O Ministério Púbico eleitoral, na época representado pelo Dr. Marcel Zanin Bombardi, numa catarse exegética que remonta ao século 18, interpretou a entrevista como propaganda eleitoral irregular, porque fora da época apropriada (vocês sabem, fora de época só vale o carnaval). E tome representação. A lógica jurídica do parquet levava a crer que tanto a imprensa como o eleitor devem ignorar completamente o processo de escolha dos candidatos, pelos respectivos partidos, no período pré-eleitoral. O que obviamente configura-se uma arbitrariedade.

Felizmente, naquela coasião, prevalceu a melhor interpretação da Justiça Eleitoral e o TRE não viu o fato como propaganda eleitoral irregular.
Mas esta decisão do TSE é "pacabá co pequi do goiás".


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

segunda-feira, 19 de março de 2012

sistema que péde

Um sistema que péde para ser lesado.


Por Reinaldo Azevedo.

Comecemos do começo: quem ganha a eleição quer governar. É a regra do jogo! No mundo inteiro, presidentes e primeiros-ministros nomeiam pessoas de sua base política para cargos de confiança. Então o que há de errado com o Brasil? Um monte de coisa. Em primeiro lugar, o número de cargos que são da livre escolha de quem governa: mais de 24 mil só no governo federal — fora as autarquias, estatais, fundos de pensão de empresas púbicas etc. Vamos comparar? Nos EUA, há 9 mil — já é um escândalo! No Reino Unido, são 300; na Alemanha, 170. É evidente que esses países têm, portanto, uma primeira barreira — estabelecida pela própria legislação — que dificulta o assalto aos cofres públicos, além, claro!, da rigidez da lei com quem é pego com a boca na botija.

Os petistas, é verdade, herdaram essa legislação de governos passados. Tentaram corrigi-la? Ao contrário: aumentaram o número de cargos de confiança! E ainda lamentaram as privatizações feitas pelo governo FHC. Afinal, imaginem quantos companheiros deixaram de ser empregados nas telefônicas, na Vale, na Embraer, nas empresas elétricas etc.

Assim, até que não se reduza drasticamente esse número de cargos de confiança, dificilmente a administração será realmente profissionalizada, e a política, moralizada. Legendas se grudam a este ou àquele candidato não para ver implementadas as suas teses, a sua visão de mundo, as suas propostas. Querem cargos. O senador Blairo Maggi (PTB-MT) foi de uma sinceridade quase angelical e pôs a nu o sistema. Em outras palavras, disse o seguinte: “Temos sete senadores e nenhum ministério; se o governo quer os nossos votos, tem de nos dar a compensação; é assim que o modelo funciona”. E ele estava mentindo?

Já perguntei em outro texto e indago de novo: por que um partido faz tanta questão de ter a diretoria financeira de uma estatal? É evidente que esses milhares de agentes partidários que tomam a administração vão se encarregar, no poder — e lindando com dinheiro público — do fortalecimento dos esquemas que representam. O povo que se dane!. Ministérios, estatais, autarquias etc. servem aos partidos como fonte de caixa — além, como se sabe, de atrair notórios ladrões.

Partidos
Essa ocupação do estado por partidos induz, é evidente, a formação de… partidos! Grupos se organizam, então, para criar legendas porque sabem que isso lhes dará poder de negociação. Existem 29 partidos legalizados no país. Há ainda alguns com registro apenas em TREs. Há nada menos de 32 outros em formação. Sei que vem chiadeira, mas é fato: esse número é evidência de atraso político e sinal de que alguma coisa errada está em curso. As grandes democracias do mundo ou são, na prática, bipartidárias ou contam, no máximo, com uma terceira força. Sim, queridos, se vocês forem pesquisar, encontrarão uma lista imensa de legendas de papel nos EUA — passam de 70! Veem-se bizarrices como o Partido Multiculturalista de Illinois e o Partido da Escolha Pessoal. Mas só dois têm condições de chegar ao poder; na Alemanha, três. Nas democracias organizadas, inexistem essas legendas com força para chantagear o governo em razão do tal “presidencialismo de coalizão”. É bem verdade que Republicanos e Democratas têm, cada um segundo seus marcos, as suas respectivas alas direita e esquerda e o centro. Mas os ministérios — ou secretarias — não são loteados segundo essa lógica.

Então cabe uma pergunta: por que o Brasil conta com tantos partidos — uns 10 — com poder de fogo real para criar dificuldades para Executivo e lhe vender facilidades? Por causa, se quiserem saber, do paternalismo da legislação. Poucos se lembram, mas é fato: uma vez legalizado, o partido já passa a ter acesso a um fundo, que é dinheiro público. Vira cartório! Ganha o direito também ao horário político gratuito, e lá vemos a TV ser invadida por aqueles senhores de cabelo acaju e bigodes mais negros do que as asas da graúna a dizer sandices.

E há o mais perverso dos fatores de desestruturação da vida político-partidária: o horário eleitoral gratuito. Trata-se de uma excrescência autoritária e cara. Nada tem de gratuito porque as emissoras são compensadas. Sob o pretexto de dar uso público a uma concessão também pública (os rádios e as TVs), cria-se o riquíssimo mercado da venda do horário de TV. O PMDB não custa tão caro a cada eleição porque os candidatos estão interessados em seu, sei lá como chamar, aporte ético! Sim, o partido está organizado no país inteiro, tem uma enorme rede de influência e tal, mas o que se busca mesmo são os seus preciosos minutos.

Outro viés da crise
Isso tudo torna o ambiente político quase irrespirável. Esses elementos estão na raiz da crise vivida pela presidente Dilma. Neste ponto, alguém poderia perguntar: “Mas não é assim com todo mundo? Por que essa barafunda agora? Já não era assim nos governos Lula e FHC?” Vamos ver.

É claro que FHC distribuiu cargos também — no seu último ano de governo, eram 18.374; a companheirada achou pouco! O PT é tão autoritário, tem tal viés totalitário, que desestabiliza mesmo o sistema de loteamento. Os peemedebistas, do ponto de vista da lógica desse sistema perverso, têm razão de reclamar: os seus “parceiros” estão sempre nos seus calcanhares. Um peemedebista até pode estar no comando de uma pasta, mas o segundo escalão é quase sempre ocupado pela turma da estrela. E há, escrevi ontem a respeito, a incompetência pura e simples. Com Lula, a chance de crispação era menor porque ele tinha o que Dilma não tem: domínio da máquina partidária. Bastava um peemedebista reclamar de alguma inconveniência dos petistas, e o chefão dava um jeito. Dilma manda no PT menos do que eu…

Encerrando
Por isso, é uma bobagem essa história de que a base aliada está rebelada porque Dilma está tentando moralizar o poder. Aliás, em algum lugar, li que Fernando Haddad teria se saído com essa. A ser assim, está dizendo o quê? Lula optava pela imoralidade? O caso é bem outro. O petismo piorou o que já era perverso: um país que tem esse número de cargos de confiança — imaginem se contarmos todos os governos estaduais, todas as prefeituras, estatais e autarquias não-federais… — está pedindo para ser assaltado e estimulando a pistolagem partidária. Na gestão desse modelo, Dilma está perdida porque não conseguiu controlar os “companheiros”, que não aceitam dividir o butim, conforme o combinado.



Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

sexta-feira, 16 de março de 2012

PROCON

Bradesco lidera o número de reclamações no PROCON


O Bradesco aparece no topo da lista das empresas com maior número de reclamações feitas ao Procon-SP, órgão vinculado à Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo. É o que mostra o levantamento com os dados consolidados de 2011, divulgado nesta quinta-feira, dia Internacional dos Direitos do Consumidor.

O Bradesco lidera a lista com 1.723 reclamações. Em segundo lugar, com 1.574 reclamações, aparece no ranking a B2W - empresa responsável pelos sites de e-commerce Americanas.com, Submarino e Shoptime, e que ficou perto de ter seus serviços suspensos pelo Procon-SP, na quarta-feira. Itaú Unibanco é o terceiro colocado, com 1.383, seguido por LG, com 1.164, e TIM, com 937 queixas.

A lista contém apenas reclamações fundamentadas, ou seja, demandas de consumidores que não foram solucionadas, sendo necessária a abertura de processo administrativo para serem trabalhadas pelo órgão junto aos fornecedores.

O Cadastro de Reclamações Fundamentadas em 2011 foi apresentado pela secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania Estado de São Paulo, Eloisa de Sousa Arruda, e pelo diretor-executivo do Procon-SP, Paulo Arthur Lencioni Góes.

Confira a lista dos 20 primeiros colocados no ranking

Ranking geral de reclamações 2011

EMPRESA - RECLAMAÇÕES
1º BRADESCO 1723
2º B2W (AMERICANAS.COM/SUBMARINO/SHOPTIME) 1574
3º ITAÚ 1383
4º LG 1164
5º TIM 937
6º TELEFONICA 835
7º OI 806
8º ELETROPAULO 801
9º CARREFOUR 746
10º PANAMERICANO 716
11º SANTANDER 617
12º BANCO DO BRASIL 601
13º SAMSUNG 567
14º ELECTROLUX 557
15º PONTO FRIO 550
16º EMBRATEL 544
17º CLARO 507
18º MICROCAMP 500
19º NET 443
20º CAIXA ECONOMICA FEDERAL 433



Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

FRASES

FRASES engraçadas (ou hipócritas)!

“Vou dar continuidade ao estupendo trabalho de Ricardo Teixeira”.

José Maria Marin, novo presidente da CBF, comunicando ao País do Futebol que nada vai mudar... o governo federal vai continuar levando chutes no traseiro por não cumprir o que prometeu à Fifa.


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

Índios celebram contratos milionários

Índios celebram contratos milionários com empresas estrangeiras.


Por Reinaldo Azevedo.

Já deveria ter falado sobre o caso, mas é pouco Reinaldo para muito assunto, hehe. Vocês devem se lembrar — ou então procurem no arquivo — a abordagem deste blog quando se decidia o destino da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima. Os arrozeiros ocupavam menos de 1% do chamado território indígena. Mas foram expulsos, com a concordância do STF. Ainda me lembro da poesia indigenista de Ayres Britto, cantando as glórias do nosso bom selvagem. Boa parte dos não-índios expulsos da reserva está na miséria. Boa parte dos índios que lá ficaram também. Mas a Fundação Ford, que patrocinava a facção que não queria brancos por ali ficou muito satisfeita. É apenas uma das mais de mil — escrevi “MIL” — entidades ou ONGs que atuam na Amazônia. É tudo amor pela floresta…

Atenção, caras e caros! As reservas indígenas ocupam cerca de 13% do território brasileiro — mais de um milhão de quilômetros quadrados. Isso corresponde a:
- 11 vezes o tamanho de Portugal:
- 2 vezes o território da França;
- 2 vezes o território da Espanha;
- 3 vezes o território da Itália;
- 3 vezes o território da Alemanha
Só para lembrar: a Alemanha tem 82 milhões de pessoas; os índios no Brasil não chegam a 900 mil.

Não existe Funai ou Polícia Federal que dê conta de saber o que se passa nessas áreas. A chamada “internacionalização da Amazônia” não é uma conversa de paranoicos. É uma prática. Já está em curso. Ninguém vai tomar o território brasileiro e levar para casa. Ele fica aí, só que sob gerência estrangeira.

A Advocacia Geral da União agora diz que vai investigar nada menos de 35 contratos celebrados entre empresas estrangeiras e comunidades indígenas, todos eles feitos ao arrepio da Funai. No domingo, o Estadão trouxe uma reportagem espantosa de Marta Salomon. Reproduzo trechos. Volto em seguida:
*
Por US$ 120 milhões, índios da etnia mundurucu venderam a uma empresa estrangeira direitos sobre uma área com 16 vezes o tamanho da cidade de São Paulo em plena floresta amazônica, no município de Jacareacanga (PA). O negócio garante à empresa “benefícios” sobre a biodiversidade, além de acesso irrestrito ao território indígena. No contrato, ao qual o Estado teve acesso, os índios se comprometem a não plantar ou extrair madeira das terras nos 30 anos de duração do acordo. Qualquer intervenção no território depende de aval prévio da Celestial Green Ventures, empresa irlandesa que se apresenta como líder no mercado mundial de créditos de carbono.

Sem regras claras, esse mercado compensa emissões de gases de efeito estufa por grandes empresas poluidoras, sobretudo na Europa, além de negociar as cotações desses créditos. Na Amazônia, vem provocando assédio a comunidades indígenas e a proliferação de contratos nebulosos semelhantes ao fechado com os mundurucus. A Fundação Nacional do Índio (Funai) registra mais de 30 contratos nas mesmas bases. Só a Celestial Green afirmou ao Estado ter fechado outros 16 projetos no Brasil, que somam 200 mil quilômetros quadrados. Isso é mais de duas vezes a área de Portugal ou quase o tamanho do Estado de São Paulo. A terra dos mundurucus representa pouco mais de 10% do total contratado pela empresa, que também negociou os territórios Tenharim Marmelos, no Amazonas, e Igarapé Lage, Igarapé Ribeirão e Rio Negro Ocaia, em Rondônia.

“Pilantragem”
“Os índios assinam contratos muitas vezes sem saber o que estão assinando. Ficam sem poder cortar uma árvore e acabam abrindo caminho para a biopirataria”, disse Márcio Meira, presidente da Funai, que começou a receber informações sobre esse tipo de negócio em 2011. “Vemos que uma boa ideia, de reconhecer o serviço ambiental que os índios prestam por preservar a floresta, pode virar uma pilantragem.”

“Temos de evitar que oportunidades para avançarmos na valorização da biodiversidade disfarcem ações de biopirataria”, reagiu a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. O contrato dos mundurucus diz que os pagamentos em dólares dão à empresa a “totalidade” dos direitos sobre os créditos de carbono e “todos os direitos de certificados ou benefícios que se venha a obter por meio da biodiversidade dessa área”. Territórios indígenas estão entre as áreas mais preservadas de florestas tropicais. Somam mais de 1 milhão de quilômetros quadrados e a maioria deles está na Amazônia. Para empresas que trabalham com mecanismos de crédito de carbono, criado entre as medidas de combate ao aquecimento global, as florestas são traduzidas em bilhões de toneladas de gases-estufa estocados e cifras agigantadas em dólares.

Benedito Milléo Junior, agrônomo que negocia créditos de carbono de comunidades indígenas, estima em US$ 1 mil o valor do hectare contratado. A conta é feita com base na estimativa de 200 toneladas de CO2 estocada por hectare, segundo preço médio no mercado internacional. Milléo diz ter negociado 5,2 milhões de hectares, mais que o dobro do território dos mundurucu. Nesse total está contabilizado o território indígena Trombetas-Mapuera (RR), que fechou contrato com a empresa C-Trade, que também atua no mercado de crédito de carbono.Segundo ele, a perspectiva é de crescimento desse mercado, sobretudo com a regulamentação do mecanismo de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (Redd).
(…)
O principal executivo da Celestial Green, Ciaran Kelly, afirma todos os contratos da empresa com comunidades indígenas passam por um “rigoroso processo de consentimento livre, prévio e informado”, segundo normas internacionais.

Voltei
O que esperavam os nossos valentes? Então o presidente da Funai se dá conta só agora de que “reconhecer o serviço ambiental que os índios prestam por preservar a floresta pode virar uma pilantragem”? Como é que eu sempre soube disso? Se o Estado brasileiro atua para expulsar “o branco” brasileiro de uma determinada área, mas não tem estrutura, depois, para vigiar o que acontece por lá, adivinhem se não vai aparecer o “branco estrangeiro” com uma montanha de dólares… Noto que esses casos lembrados na reportagem são os legais, os que têm contrato. Há os informais, ao arrepio de qualquer formalização.

Os fatos estão aí. Os tolinhos acreditavam que o negócio de índio é caçar, pescar e ficar olhando para a Lua, que é Jacy! Não é, não! Querem negócio. O governo faz a primeira parte, que é expulsar os brasileiros incômodos. Os negócios com os estrangeiros são feitos por nossos próprios silvícolas… Como é que a gente, eu e vocês, sempre soube disso? Vai ver é por causa do nosso reacionarismo, né?

Quem quer apostar que, na intermediação desses 35 contratos com empresas estrangeiras, estão algumas das ONGs que lutam para tirar brancos brasileiros de terras consideradas indígenas? Pois é…

A esquerda brasileira finalmente conduziu o Brasil para o capitalismo literalmente selvagem!


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

Áreas de Preservação Permanentes

Kátia Abreu propõe, em Fórum Mundial da Água, todo o mundo adote Áreas de Preservação Permanentes.


O Brasil é o único país do mundo que possui APP.

A senadora Kátia Abreu (PSD-TO) participa do 6º Fórum Mundial da Água, que acontece em Marselha, na França. Falando em nome da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que ela preside; da Embrapa e da ANA (Agência Nacional de Água), Kátia propôs que todos os países do mundo criem Áreas de Preservação Permanente, a exemplo das que existem no Brasil.

Sim, queridos! APPs como as nossas — seja no código em vigor, seja no que pode ser aprovado — só existe mesmo por aqui. Aqui e ali, jornalistas, pautados por ONGs, tentam negar essa evidência, afirmando que todos os países contam com legislação ambiental e coisa e tal. Sim, quase todos. APPs como as que temos — e ocupando o percentual que ocupa do nosso território — só no Brasil mesmo!

Ela defendeu a necessidade de que todos os países, inclusive os europeus, protejam suas encostas, nascentes e margens de rios. “Não estamos aqui para acusar ninguém; cada país tem sua realidade histórica. O que nós precisamos fazer neste momento é, com humildade, unir os nossos conhecimentos e nossos esforços para corrigir os erros”, afirmou a senadora, segundo trecho de sua fala divulgada por sua assessoria. “O Brasil tem uma lei rigorosa e minuciosa de preservação da vegetação nativa nas margens, encostas e nascentes. Então, por que não compartilhar esse modelo com o mundo? Queremos que, na ‘Rio +20′, outros países possam aderir a esse conceito e seguir em busca de uma legislação”.

Kátia é uma senadora e uma líder de categoria corajosa. A proposta está feita. Resta agora a países sempre tão preocupados com as nossas florestas demonstrar por que o que é bom para nós também é bom para eles, oras! Ou teremos índios e florestas aqui e fazendas lá...?

Quero ver Dona Marina Silva e o Greenpeace abraçarem a causa.
Ou contiuarão com a hipocrisia que até agora os pautou?


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

O pacote da Caixa Econômica Federal

O pacote da Caixa Econômica Federal para Paulo Henrique Amorim? R$ 832 mil


Por Reinaldo Azevedo.
Leiam o que informa o jornalista Fábio Pannunzio. Volto depois.

O lucro do governismo de PHA: R$ 832 mil só da CEF

O chefe da claque governista na internet, o blogueiro autoproclamado progressista Paulo Henrique Amorim, recebeu da Caixa Econômica Federal R$ 833,28 mil reais em patrocínios para sua página eletrônica. O valor foi informado ao Blog do Pannunzio pela Assessoria de Imprensa da CEF e se refere a 20 meses de veiculação de banners em 2011 e 2012.

O valor mensal dos patrocínios arrecadados é equivalente ao que o Conversa Afiada recebeu dos Correios - R$ 40 mil mensais pela veiculação de uma campanha do Sedex entre outubro de 2011 e fevereiro deste ano. O contrato com os Correios foi suspenso, segundo a estatal em função do fim da campanha.

Outras empresas e autarquias também cedem patrocínio ao blog de Paulo Henrique Amorim. Consultado pelo Blog do Pannunzio, o Banco do Brasil prometeu, por intermédio de sua assessoria de imprensa, respoder ainda nesta segunda-feira o valor empenhado pela instituição na página eletrônica. Até o monento da publicação deste post, no entanto, anda não havia resposta.

Somente com os valores pagos pela CEF e Correios, seria possível ao governo retirar da miséria 8300 famílias, com o pagamento do benefício médio de R$ 115,00.

O editor do Conversa Afiada foi processado várias vezes por injúria, inclusive racial. PHA foi condenado pela justiça paulista por ter chamado Paulo Preto de “Paulo Afro-Descendente”. Também foi obrigado a se retratar - obrigação ainda não integralmente cumprida - diante do jornalista Heraldo Pereira, da Globo, e a pagar R$ 30 mil de indenização, dinheiro destinado pelo comentarista do Jornal da Globo para uma instituição de caridade, por ter utilizado a expressão “negro de alma branca” para tentar desqualificá-lo. Responde, ainda, a um processo criminal movido pelo Ministério Público do Distrito Federal para apurar e punir as mesmas injúrias.
(…)

Voltei
A CEF coloque a sua marca onde achar melhor, não é? Mas é um banco público. A direção da empresa lida com um dinheiro que não lhe pertence. No caso, essa verba financia:
- uma campanha feroz contra um ministro do Supremo, que tem seu nome adulterado com o ânimo claro da injúria e da difamação;
- uma campanha sistemática contra qualquer movimento de um representante da oposição;
- uma campanha sistemática contra alguns veículos de comunicação em benefício de outros;
- a qualificação de um dos mais capazes jornalistas brasileiros como “negro de alma branca”.


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

Caça aos crucifixos

Caça aos Crucifixos.


Excelente artigo do jurista gaúcho Paulo Brossard, ex-ministro do STF, sobre a retirada dos crucifixos dos tribunais do Rio Grande do Sul. Foi publicado na edição desta segunda do Zero Hora.


Tempos apocalípticos

Minha filha Magda me advertiu de que estamos a viver tempos do Apocalipse sem nos darmos conta; semana passada, certifiquei-me do acerto da sua observação, ao ler a notícia de que o douto Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Estado, atendendo postulação de ONG representante de opção sexual minoritária, em decisão administrativa, unânime, resolvera determinar a retirada de crucifixos porventura existentes em prédios do Poder Judiciário estadual, decisão essa que seria homologada pelo Tribunal. Seria este “o caminho que responde aos princípios constitucionais republicanos de Estado laico” e da separação entre Igreja e Estado.

Tenho para mim tratar-se de um equívoco, pois desde a adoção da República o Estado é laico e a separação entre Igreja e Estado não é novidade da Constituição de 1988, data de 7 de janeiro de 1890, Decreto 119-A, da lavra do ministro Rui Barbosa, que, de longa data, se batia pela liberdade dos cultos. Desde então, sem solução de continuidade, todas as Constituições, inclusive as bastardas, têm reiterado o princípio hoje centenário, o que não impediu que o histórico defensor da liberdade dos cultos e da separação entre Igreja e Estado sustentasse que “a nossa lei constitucional não é antirreligiosa, nem irreligiosa”.

É hora de voltar ao assunto. Disse há pouco que estava a ocorrer um engano. A meu juízo, os crucifixos existentes nas salas de julgamento do Tribunal lá não se encontram em reverência a uma das pessoas da Santíssima Trindade, segundo a teologia cristã, mas a alguém que foi acusado, processado, julgado, condenado e executado, enfim justiçado até sua crucificação, com ofensa às regras legais históricas, e, por fim, ainda vítima de pusilanimidade de Pilatos, que tendo consciência da inocência do perseguido, preferiu lavar as mãos, e com isso passar à História.

Em todas as salas onde existe a figura de Cristo, é sempre como o injustiçado que aparece, e nunca em outra postura, fosse nas bodas de Caná, entre os sacerdotes no templo, ou com seus discípulos na ceia que Leonardo Da Vinci imortalizou. No seu artigo “O justo e a justiça política”, publicado na Sexta-feira Santa de 1899, Rui Barbosa salienta que “por seis julgamentos passou Cristo, três às mãos dos judeus, três às dos romanos, e em nenhum teve um juiz”… e, adiante, “não há tribunais, que bastem, para abrigar o direito, quando o dever se ausenta da consciência dos magistrados”. Em todas as fases do processo, ocorreu sempre a preterição das formalidades legais. Em outras palavras, o processo, do início ao fim, infringiu o que em linguagem atual se denomina o devido processo legal. O crucifixo está nos tribunais não porque Jesus fosse uma divindade, mas porque foi vítima da maior das falsidades de justiça pervertida.

Não é tudo. Pilatos ficou na história como o protótipo do juiz covarde. É deste modo que, há mais de cem anos, Rui concluiu seu artigo, “como quer te chames, prevaricação judiciária, não escaparás ao ferrete de Pilatos! O bom ladrão salvou-se. Mas não há salvação para o juiz covarde”.

Faz mais de 60 anos que frequento o Tribunal gaúcho, dele recebi a distinção de fazer-me uma vez seu advogado perante o STF, e em seu seio encontrei juízes notáveis. Um deles chamava-se Isaac Soibelman Melzer. Não era cristão e, ao que sei, o crucifixo não o impediu de ser o modelar juiz que foi e que me apraz lembrar em homenagem à sua memória. Outrossim, não sei se a retirada do crucifixo vai melhorar o quilate de algum dos menos bons.

Por derradeiro, confesso que me surpreende a circunstância de ter sido uma ONG de lésbicas que tenha obtido a escarninha medida em causa. A propósito, alguém lembrou se a mesma entidade não iria propor a retirada de “Deus” do preâmbulo da Constituição nem a demolição do Cristo que domina os céus do Rio de Janeiro durante os dias e todas as noites.


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

sexta-feira, 9 de março de 2012

Mais um exemplo da incompetência do governo federal

O Trem-bala ainda nem saiu do papel... Mas a conta é alta e quem paga somos nós.
Justiça italiana bloqueia contas do governo brasileiro.


Mais um exemplo da incompetência do governo federal.


Por Fábio Fabrini, no Estadão:

A Justiça da Itália condenou o governo brasileiro a pagar 15,7 milhões (R$ 36,4 milhões) e bloqueou contas bancárias que servem ao Itamaraty no país, a última na quarta-feira, para cobrir o rombo de um suposto calote aplicado pela Valec - estatal que cuida das ferrovias - em empresa italiana que elaborou projetos para o trem-bala Rio-São Paulo. A condenação, numa ação judicial que discute um débito de 261,7 milhões (R$ 607,8 milhões), partiu do Tribunal de Arezzo, na Toscana, e impede o uso de recursos pela Embaixada do Brasil em Roma e seus consulados, o que impõe restrições ao pagamento de pessoal e despesas de custeio.

Segundo os autos, o Brasil não apresentou defesa à sentença que lhe impôs o débito, em setembro do ano passado, o que poderia ter revertido a decisão. Como não pagou o valor em 60 dias após a notificação, a Justiça expediu mandato de bloqueio e penhora dos recursos, o que vem ocorrendo desde janeiro. Diante do problema de repercussões diplomáticas, o Itamaraty preferiu não pressionar politicamente o governo italiano. O Estado apurou que, devido ao desgaste do caso Cesare Battisti, a opção, por ora, foi por fazer apenas gestões para resolver o assunto no âmbito da Justiça.

Sediada em Terranuova Bracciolini, a Italplan Engineering alega nos autos que recebeu da Valec em 2005, após processo de seleção, a tarefa de elaborar o projeto básico, o estudo de avaliação econômico-financeira e o projeto ambiental para o trem de alta velocidade. Nos autos, obtidos pelo Estado, a empresa apresenta atos do Ministério dos Transportes publicados no Diário Oficial da União e ofícios da Valec supostamente comprobatórios da requisição dos serviços. Seus advogados alegam que um escritório foi montado em Brasília e que as equipes italianas foram postas quase que integralmente a serviço do trem-bala, mas, ao ser apresentada a conta, em 2009, a Valec havia desistido de usar os projetos e se negou a pagar por eles.
(…)



Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente
Uma aula aos perseguidores de crucifixos, especialmente ao judiciário gaúcho ao presidente da OAB-RJ.


Aí vai uma aula de tolerância e civilidade.
Abaixo a entrevista que o advogado Josph Weiler, que defendeu o direito das escolas italianas de exibir o crucifixo, concedida em setembro do ano passado ao jornal português “Público”. Ele é judeu ortodoxo. A entrevista é longa, mas vale a pena porque o cara é brilhante. A causa estava perdida por 17 a zero. Após seu pronunciamento o jogo virou: 15 a 2.


Público - [O sr.]Defendeu o crucifixo nas salas de aula italianas…
Jospeh Weiler - Tive uma vitória famosa, 15-2…

Defendeu essa posição como jurista ou como judeu e crente, em solidariedade com outra fé?
Depois da decisão, recebi centenas de e-mails. Muitos diziam “obrigado por defender o crucifixo”. Muitos outros, vindos da comunidade judaica, perguntavam: “Como pode o filho de um rabi defender o crucifixo?” A todos, aos que me felicitavam ou que me condenavam, respondi o mesmo: “Não defendi o crucifixo. Defendi o direito da Itália a ser Itália e o direito de França, onde a cruz é proibida, a ser a França.”

Ou seja, a possibilidade de leis diferentes…
Acredito no valor do pluralismo nas relações entre a Igreja e o Estado, que existe na Europa, onde temos vários modelos: o modelo francês, o britânico, o alemão, etc. Isso é parte da força da civilização europeia. A decisão da câmara, por 17 contra zero, dizendo que a Itália estava a violar a Convenção Europeia por ter uma cruz nas salas de aula, parecia-me tão drástica que forçaria todos a ser como França. Isso parecia-me completamente contra o pluralismo e tolerância que existe na Europa.

E escreveu o editorial no European Journal of International Law…
Sim. Dizendo que era uma decisão terrível. Como podia o tribunal decidir que a tradição na Grã-Bretanha, na Alemanha, em Malta, na Grécia ou na Dinamarca era contra os direitos humanos e a Convenção Europeia de Direitos Humanos? Perguntaram-me se queria ir ao tribunal. Concordei, com uma condição: seria pro bono, não queria que dissessem: “Olha o judeu, por dinheiro até é capaz de defender a cruz”. [ri] Decidi fazê-lo, porque acreditava que era a atitude certa.

Não foi só a Itália a defender essa posição.
Oito estados intervieram, convidando-me. A Itália defendeu a própria posição. O facto de ser judeu é irrelevante. Sou constitucionalista praticante e tal parecia-me errado, no âmbito da Convenção Europeia de Direitos Humanos. Há duas coisas mais importantes, que me parecem erradas, no âmbito da Convenção e que me ajudaram a reagir: estou verdadeiramente cansado do argumento, repetido à exaustão, de que o Estado é neutro, em matéria religiosa, quando não permite o crucifixo na parede.

E não é assim?
Tentei convencer a câmara de que esse é um argumento errado. Se o Estado quer que a cruz esteja na parede, não é neutro. De certa maneira, é tomar uma posição sobre a importância do cristianismo na identidade do país. Ou seja, há algo na identidade do país que se quer valorizar com a cruz na parede e essa não é uma posição neutral.
Mas quando o Estado, como em França, proíbe a cruz, não está a ser neutro. Porque não há uma parede nua, vazia. Qualquer coisa pode ser colocada na parede: se amanhã houver uma maioria comunista, podem dizer que em todas as escolas tem que haver uma foice e um martelo.

Podem?
Sim, e não há nada na Constituição que o impeça: pode ter uma fotografia de Karl Marx na parede, pode ter um sinal de paz, uma posição ecológica… De facto, em todas as escolas primárias de França, está escrito: Liberté, egalité, fraternité - o slogan mobilizador da Revolução Francesa.
Eu gosto disso, mas não é neutral. Se for monárquico, não é neutro, seguramente. Qualquer símbolo é permitido nas paredes: Karl Marx e Groucho Marx; o sinal de paz, a foice e o martelo, o símbolo “nuclear não”. Há apenas um que não é permitido: a cruz, um símbolo religioso. Como é que isso é neutro?

Nem a estrela de David nem o crescente islâmico…
Sim… As crianças podem ir para a escola e usar uma t-shirt com uma fotografia de Che Guevara, podem ter escrito Love and Peace, podem ter um insulto a George Bush, qualquer posição política ou ecológica, podem levar o triângulo cor-de-rosa pelos direitos dos gays. A única coisa que não podem levar é a cruz, a estrela de David e o crescente.

Nem podem vestir o chador…
Não… Isso não é ser neutro, é dar uma mensagem clara às crianças: tudo é permitido, excepto um símbolo religioso.
Na minha arguição, não disse que a França viola a Convenção Europeia por ter essa regra. Na tradição europeia, o Estado laico é uma opção respeitável. Mas não pretendam que seja neutro. Ele diz que tudo é permitido, excepto a cruz ou a estrela de David, e está a dar uma mensagem sobre religião.
No sistema italiano, apesar da cruz, há um dever educacional de respeitar os ateus e outras religiões. No sistema francês, onde se proíbe a cruz nas paredes mas se permite tudo o resto, há o dever de explicar aos estudantes que, apesar de se permitirem todos os símbolos excepto os religiosos, se deve ensinar o respeito pelos crentes. Nenhum dos sistemas é neutro. Em ambos está implícita uma espécie de preconceito. E em ambos é tarefa do sistema educativo contrabalançar as coisas para que a escola não ensine o preconceito mas a tolerância.

Esse era o seu primeiro argumento…
O segundo era: acreditamos na autodeterminação como direito fundamental. Acreditamos no direito de os britânicos serem britânicos e de os irlandeses serem irlandeses. A razão por que temos a Irlanda independente da Grã-Bretanha, em 1921, é porque os irlandeses são diferentes dos ingleses.
Como podemos imaginar a identidade irlandesa sem o catolicismo? No preâmbulo da Constituição irlandesa, diz: “Acreditamos que o Divino Senhor Jesus Cristo é a fonte de todo o dever, justiça e verdade.” Isto é o que são os irlandeses. O que vamos dizer-lhes? Não permitimos um sentido de nacionalidade que tem um tal conteúdo religioso?
O que é bonito na Europa, mesmo apesar da Constituição irlandesa, é que não há discriminação por causa da religião. Um judeu pode ser primeiro-ministro. Como um muçulmano ou um ateu. E aceitará que é impossível falar da identidade irlandesa sem o catolicismo e a cruz. Para o bem e o mal.

Mas é possível também que as sociedades mudem?
Mas compete às sociedades mudar. Na minha arguição - que é curta, eu só tinha 20 minutos -, dizia que, se um dia os ingleses decidirem deixar de ter o Anglicanismo como religião oficial, podem fazê-lo. Não é um país religioso, a maior parte dos britânicos não é religiosa. Mas faz parte da sua identidade.
Os suecos mudaram a Constituição e decidiram que a Igreja Luterana deixaria de ser a religião estabelecida no país. Mas foram eles que definiram a sua identidade sueca, não foi Estrasburgo. Não compete a Estrasburgo dizer que eles não podem ter uma cruz na bandeira. Eles deixaram de ter a Igreja oficial mas mantiveram a obrigação de o rei ser um luterano. O símbolo do Estado tem que ser um luterano.

Na sua arguição, afirmou também que este é um conflito entre o direito individual e o Estado. No caso italiano, tratou-se precisamente de uma mãe ofendida pela presença da cruz…
Em muitos casos, temos um conflito entre diferentes direitos fundamentais. O hino nacional inglês é uma oração: “God Save the Queen”, dá-lhe vitórias e glórias. Na escola, canta-se o hino nacional. E se houver um estudante que diz “sou ateu, não creio em Deus e não quero cantar uma oração”? O direito individual estará comprometido se a escola forçar esse estudante a cantar o hino nacional e se o ameaçar de expulsão. Ninguém pode ser forçado a fazer um acto religioso, uma oração, mesmo quando não acredita…

Pode ser um republicano…
Claro, não tem que dizer “Deus salve a rainha”. Isso eu aceito. Mas não aceito que esse estudante ou a sua mãe digam que mais ninguém deve cantar o hino. É um compromisso simpático: ele tem o direito de ficar em silêncio, os outros o direito de cantar. E todos têm direito à liberdade religiosa.
A minha mãe cresceu no Congo Belga. A única escola para brancos era um convento católico. Os pais dela fizeram um acordo com as freiras: cada vez que elas dissessem Jesus, a minha mãe diria Moisés. É um bom compromisso.
Não podemos permitir que a liberdade de [ter ou não] religião ponha em causa a liberdade religiosa. Temos que descobrir a via média. E essa é dizer não, se alguém quiser forçar outro a beijar ou a genuflectir perante a cruz. Mas, se houver uma cruz na parede, direi aos meus filhos que vivemos num país cristão. Somos acolhidos, não somos discriminados. A Dinamarca tem uma cruz na bandeira, a Inglaterra e a Grécia igual. Vamos pedir que, por causa da liberdade religiosa, tirem a cruz das bandeiras? Absurdo!…

É por causa disso que fala de argumentos iliberais?
Sim, porque o ponto de vista liberal é, muitas vezes, iliberal. As pessoas falam de liberdade religiosa, mas, de facto, muitas vezes é cristofobia. Não é neutralidade, é antes porque não gostam do cristianismo e da Igreja. Sei por quê: a Igreja tem uma história complicada…

É também por causa disso?
Claro. Compreendo, mas não devemos mascarar os factos. Vivemos numa sociedade em que algumas pessoas são religiosas, outras não. A questão é como vivemos juntos. Não podemos pretender que, se negarmos todas as religiões no espaço público, isso é neutro. É o que faz a França, mas não é o único modo de o fazer.

Então deveria ser possível ter uma cruz na sala de aula e educar os estudantes para o pluralismo?
Absolutamente. Seria uma lição de pluralismo. Porque diríamos: apesar de ter uma cruz na sala de aula ou uma cruz nas bandeiras, permitimos que um primeiro-ministro seja muçulmano ou judeu. A Itália teve primeiros-ministros, generais e ministros judeus.
Na Grã-Bretanha, o chefe de Estado é o chefe da Igreja, há uma Igreja de Estado, o hino nacional é uma oração. Quem diria que o país não é tolerante? É o país de eleição para muitos muçulmanos emigrantes. O facto de haver uma identidade religiosa e uma prática de não-discriminação é um sinal de uma sociedade pluralista e tolerante.
De certa maneira, a Grã-Bretanha com a cruz é mais pluralista e tolerante do que a França, sem a cruz. Porque na Grã-Bretanha, apesar de afirmar a identidade religiosa do Estado, é não discriminatória em todos os aspectos da vida. Financia escolas anglicanas, mas também católicas, judias, muçulmanas e seculares. Os países laicos financiam escolas seculares, mas não escolas religiosas. Quem é mais tolerante e pluralista?

Evocou a herança cristã da Europa, debatida a propósito da Constituição Europeia. Se ela tivesse avançado, também devia referir a herança judaica e muçulmana e a Revolução Francesa?
Deveria ter uma referência às raízes cristãs.

E judaicas e muçulmanas. Na Península Ibérica, por exemplo…
Na Europa, também há vegetarianos. É uma questão de grau. Temos que mencionar judeus, muçulmanos, baha”ís? Eu também falaria de raízes judaicas e muçulmanas na cultura hispânica. Mas, na Europa, a maior parte é cristã. Não falaria de raízes cristãs no Egipto, mesmo havendo uma minoria cristã no país.
De um ponto de vista cultural, o cristianismo jogou um papel decisivo na definição da civilização europeia. Para o bem e para o mal. As raízes cristãs são também a Inquisição, judeus queimados. Quando eliminamos as raízes cristãs, obliteramos também a memória das coisas más que a cristandade fez.
Não há uma cidade na Europa sem uma catedral, onde o museu não esteja cheio de pintura sacra. E os direitos humanos não derivam apenas da Revolução Francesa, derivam da tradição judaico-cristã. Porque queremos negar isso? O que se vê no Prado, no Museu Gulbenkian? Madonna con bambino… Isso não é a Europa? É um absurdo.

É possível coexistir a laicidade francesa e outros modelos?
Claro, essa é a riqueza da Europa. A Europa lidera pelo exemplo, não pela força. Gostaríamos que por todo o mundo houvesse democracias pluralistas e tolerantes. Que possibilidades há de persuadir alguns países muçulmanos a abraçar o pluralismo se dissermos que a religião deve ficar na esfera privada?
Podemos dizer à Arábia Saudita: podem tornar-se uma democracia, reconhecer os direitos humanos e manter a vossa identidade muçulmana. Reparem no que se passa na Grã-Bretanha, reparem no pluralismo europeu: há um modelo francês, um britânico, um grego. Não somos apenas como os franceses.

Tem amigos entre os católicos conservadores, mas também defende os direitos dos homossexuais, o que não é simpático para esses católicos…
Que posso eu fazer? Vieram ter comigo, quando começaram a falar dos direitos dos homossexuais. A questão não era o casamento homossexual, mas porque têm os homossexuais de ser discriminados? Não há razão para isso.
Mesmo hoje, ensino os meus alunos como crente, mas digo-lhes: ninguém deve perder o emprego por ser homossexual, a ninguém deve ser negado alojamento por ser homossexual. Nos campos nazis, exterminaram os judeus e os homossexuais. Não posso esquecer isso.


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

O PT da desindustrialização

O PT da desindustrialização - Voltamos aos anos 50.


Por Aguinaldo Brito, na Folha:

A participação da indústria no PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro recuou aos níveis de 1956, ano em que o presidente Juscelino Kubitschek (1902-1976) deu impulso à industrialização do país ao lançar seu Plano de Metas, que prometia fazer o Brasil avançar “50 anos em 5″. Desde então, jamais a fatia da indústria manufatureira do país na formação do PIB havia alcançado nível tão baixo quanto o apurado em 2011. No ano passado, a indústria de transformação -que compreende a longa cadeia industrial que transforma matéria-prima em bens de consumo ou em itens usados por outras indústrias- representou apenas 14,6% do PIB.

Patamar menor só em 1956, quando a indústria respondeu por 13,8% do PIB. De lá para cá, a indústria se diversificou, mas seu peso relativo diminuiu. O auge da contribuição da indústria para a geração de riquezas no país ocorreu em 1985: 27,2% do PIB. Desde então, tem caído. “Temos energia cara, spreads bancários dos maiores do mundo, câmbio valorizado, custo tributário enorme e uma importação maciça. A queda da indústria no PIB é a prova do processo de desindustrialização”, afirmou Paulo Skaf, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

André Macedo, gerente da Pesquisa Industrial Mensal do IBGE, aponta dois fatores que explicam o declínio da indústria na formação do PIB: o avanço dos serviços e da agricultura; e o crescimento das importações. “A importação pode modernizar o país, mas dependendo do que se importa prejudica a indústria. E esse setor é importante por ofertar boa parte dos empregos mais qualificados”, disse.

O governo diz que tem monitorado o comportamento da indústria, e reconhece que há um processo de “desintegração de alguns elos” da cadeia industrial, mas evita falar em desindustrialização. Heloísa Menezes, secretária do Desenvolvimento da Produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, acha que o Programa Brasil Maior, -lançado pelo governo Dilma no ano passado para socorrer alguns setores da indústria- pode ajudar as empresas a enfrentar a valorização do real em relação ao dólar, que favorece os importados.
(…)


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente
Um Supremo Tribunal Federal covarde! Um governo dotado de incompetentes e canalhas malandros.

O Brasil precisa violar a constituição para se tornar governável.



Através da Emenda Constituição nº 32, em 2001, o Parágrafo 9º do Artigo 62 da Constituição ganhou esta redação:

"Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional."

Existe alguma dúvida? O texto é bastante claro, certo?
Pois bem, os canalhas não cumpriram a constituição. Simplesmente não há comissão mista para avaliar as MP´s.

A medida provisória que criou o Instituto Chico Mendes chegou ao STF.
O Supremo declarou a inconstitucionalidade e depois voltou atrás, pois inúmeras outras MP´s também não respeitaram a norma constitucional.

O Tribunal que tem a função de fazer valer a Constituição ignorou-a. Por quê? Para acomodar a situação do governo federal.
Declarasse a inconstitucionalidade o tribunal poderia ser inundado por ações de pessoas, empresas, grupos e entidades que se sentiram lesados por MPs que, a rigor, não valem. Isso é certo. Mas e daí? Vai se permitir agora que canalhas façam cagada em cima de cagada, com clara violação do texto constitucional, com a permissividade do STF?

De 2001 para cá a tramitação de todas as MP´s feriu a Carta Magna. Para se evitar então uma avalanche de ações tem que ter um jeitinho....

Há algo de profundamente errado num país que se tornaria ingovernável caso seguisse a letra da lei.
Assim, coube à nossa Corte Constitucional decidir contra a Constituição.

É a lógica. A lógica de quem fica com as quatro patas no chão e come mato!


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

quinta-feira, 8 de março de 2012

FRASES

FRASES


“O$ $enadore$ e$tão de$go$to$o$ por diver$o$ motivo$: o mini$tro que não atendeu, a indicação que não $aiu, a emenda que não foi liberada…”

Romero Jucá, líder do governo no $enado, explicando que a ba$e e$tá in$ati$feita com o Governo por motivo$ exclu$ivamente político$ e ideológico$.


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

tsunami monetário

Com “tsunami monetário”, Copom corta Selic em 0,75 ponto porcentual.


Na VEJA Online:

Na segunda reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de 2012, o Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira reduzir a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto porcentual, para 9,75% ao ano. É o quinto corte consecutivo efetuado pelo Copom durante o governo da presidente Dilma e o maior desde junho de 2009. Ao contrário das reduções anteriores, que não representaram surpresa alguma para o mercado, a de hoje levantava algumas dúvidas.

Até poucos dias atrás, a maior parte dos analistas apontava para um corte de 0,5 ponto porcentual. Segundo o comunicado do BC, a decisão teve cinco votos a favor e dois votos pela redução da Selic em 0,5, o que mostra que o corte maior é visto com ressalvas até mesmo entre os próprios diretores do órgão. A autoridade monetária afirmou, em comunicado, que o corte dá “seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias” - o mesmo discurso usado para justificar as decisões anteriores.

Como o câmbio voltou a ser foco de ataque do Planalto, com direito até mesmo à criação de uma metáfora por parte da presidente - o “tsunami monetário” -, o mercado começou a considerar a possível intenção do BC de anunciar um corte maior para a Selic. Tanto que, na manhã desta quarta-feira, o mercado futuro de juros mantinha apostas majoritárias em um corte de 0,75 p.p. Enquanto alguns arriscavam esse palpite, outros mais vorazes já apostavam na redução de um ponto. A escola mais ortodoxa e menos desenvolvimentista, no entanto, não via razão ainda para um corte maior. “O Brasil não tem hoje fundamentos econômicos que justifiquem um corte de 0,75. A única justificativa é a intenção do governo de tirar a força do real”, afirma o economista Robert Wood, da Economist Intelligence Unit (EIU).

Na avaliação do mercado, o corte de 0,75 é motivado não só pelo aumento da entrada de dólares no país - tema que vem causando a ira do governo nas últimas semanas - mas também pelo pífio resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de 2011, divulgado na terça-feira, e que apontou crescimento de 2,7% para a economia brasileira. Outro número levado em consideração na decisão, na avaliação do mercado, é o dado da produção industrial de janeiro, divulgado na manhã desta quarta, e que apresentou retração de 2,1% - número abaixo do esperado para o período.


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

quarta-feira, 7 de março de 2012

Quase dois anos antes do chute no traseiro

Quase dois anos antes do chute no traseiro, houve um pontapé na canela dos tratantes.


Quase dois anos antes do pedagógico chute no traseiro, Jérôme Valcke enquadrou o bando de tratantes com um certeiro pontapé na canela. Como estavam os preparativos para 2014?, perguntou-lhe um jornalista no encerramento da Copa da África do Sul. “Falta tudo”, resumiu o secretário-geral da Fifa, alarmado com o espetáculo da irresponsabilidade produzido, dirigido e estrelado pelo ainda presidente Lula. O olhar perplexo do repórter induziu Valcke a deixar claro que não estava exagerando. “Tudo”, enfatizou.

Continuava no papel o mundaréu de obras prometidas pelo chefe do governo no comício improvisado em Zurique no dia 30 de outubro de 2007. “Faremos uma Copa para argentino nenhum botar defeito”, gabou-se então o colecionador de bravatas. “Vocês verão coisas lindas da natureza e nossa capacidade de construir bons estádios”. Passados quase três anos, registrei no post republicado na íntegra na seção Vale Reprise, nenhum argentino conseguia enxergar algo que merecesse atenção. Só estavam prontas ─ desde o Dia da Criação ─ as coisas lindas da natureza.

O primeiro pontapé desferido por Valcke atingiu Lula no meio da campanha para eleger Dilma Rousseff. “Terminou uma Copa do Mundo na África do Sul agora e já começam aqueles a dizer: ‘Cadê os aeroportos brasileiros? Cadê os estádios brasileiros? Cadê os corredores de trem brasileiros? Cadê os metrôs brasileiros?’”, replicou o palanque ambulante. “Como se nós fôssemos um bando de idiotas que não soubéssemos fazer as coisas e não soubéssemos definir as nossas prioridades”.

Neste começo de março, o descompromisso de Valcke com as boas maneiras atestou o descompromisso da turma no poder com a verdade ─ e comprovou que o governo não sabe mesmo fazer as coisas nem definir prioridades. Um certo PAC da Copa morreu de inanição ainda no berço e foi enterrado sem velório. Em vez de construir ou reformar os aeroportos, Dilma Rousseff esperou até o verão deste ano para livrar-se dos mais próximos do colapso com uma privatização apressada. Outras perguntas feitas pelo falastrão vocacional continuam à procura de respostas. Cadê os corredores de trem? Ninguém sabe. Cadê os metrôs? Ninguém viu.

O pontapé no traseiro também informa que, ao contrário do que Lula imaginou, o cartola da Fifa nunca achou que lidava com um país atulhado de idiotas. Ele descobriu faz muito tempo que lida com um punhado de governantes vigaristas.


Por Augusto Nunes. Veja on-line.


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

O crucifixo é inimigo do povo

O crucifixo é inimigo do povo!

A estupidez é galopante e contagiante - contaminou o Judiciário gaúcho!



O fato é que o Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) decidiu acatar um pedido da Liga Brasileira de Lésbicas e de algumas outras entidades para que sejam retirados todos os crucifixos e outros símbolos religiosos dos espaços públicos ligados à Justiça gaúcha. Foi decisão unânime.

Não sou gaúcho. Modestamente, apenas brasileiro. Fosse, estaria ainda mais envergonhado do que estou com a decisão tomada pelo Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), que acatou um pedido da Liga Brasileira de Lésbicas e de algumas outras entidades para que sejam retirados todos os crucifixos e outros símbolos religiosos das repartições da Justiça do Estado. Justificativa: o estado é laico. Publiquei uma pequena nota na noite de ontem, e muito gente apoiou a decisão. Publiquei, diga-se, as opiniões que não vieram acompanhadas de boçalidades anti-religiosas. Vamos lá.

O estado brasileiro é laico, sim, mas não é oficialmente ateu ou anti-religioso. E vai uma grande diferença entre uma coisa e outra. A República brasileira não professa um credo, mas não persegue crenças e crentes. Que dias estes que estamos vivendo! O cristianismo está profundamente enraizado na história e na cultura do Brasil. Os crucifixos não estão em tribunais e outras repartições para excluir, humilhar, discriminar, impor um valor ou qualquer coisa do gênero.

Ao contrário até: basta ater-se aos fundamentos dessa fé, mesmo quem não tem fé, para constatar que os valores éticos que ela reúne constituem o fundamento — eis a verdade — da moderna democracia. Sim, meus queridos, foi o cristianismo que inventou a igualdade entre os homens. E não, isso não quer dizer que sua história tenha sido sempre meritória.

Por que a Liga Brasileira das Lésbicas — E ME FAÇAM O FAVOR DE NÃO CONFUNDIR ESSE GRUPO MILITANTE COM MULHERES LÉSBICAS, TOMADAS NA SUA INDIVIDUALIDADE — não pede a demolição da Catedral de Brasília, plantada na Praça Três Poderes? Por que não pede que o Rio ponha abaixo o Cristo Redentor? Urge mudar o nome de São Paulo, de Santa Catarina, do Espírito Santo, de São Luís, de centenas de cidades brasileiras que refletem a óbvia importância que o cristianismo, especialmente o catolicismo, teve entre nós.

Os que entraram com essa ação ridícula, acatada pelo Conselho da Magistratura, agem à moda do Taliban, que destruiu, em 2001, os Budas de Bamiyan, no Afeganistão, que datavam, no mínimo, do século 7 porque consideraram que eles ofendiam a fé islâmica. No Brasil, cuida-se agora de outro fundamentalismo.

Notem bem: se alguém propusesse uma lei que obrigasse repartições públicas a exibir o crucifixo, eu estaria entre os primeiros a protestar. Retirar, no entanto, os que foram herdados de uma tradição cultural, religiosa e civilizacional, bem, isso é um crime contra a nossa história, cometido para satisfazer vocações fundamentalistas. Os doutores e a tal liga das lésbicas que me perdoem, mas estão jogando no lixo ou mandando para o armário valores como igualdade entre os homens, caridade e… justiça! O cristianismo, prova-o a história, é também umas das primeiras correntes de pensamento realmente influentes a proteger a vida e os direitos das mulheres — à diferença do que pretende essa militância boçal.

Isso nada tem a ver com laicismo do estado. O que se caracteriza, aí sim, é perseguição religiosa. Não tenho dúvida de que muitos dos defensores dessa medida não hesitariam um segundo em defender também o “direito” de tribos indígenas brasileiras que praticam o infanticídio. E o fariam sob a justificativa de que se trata de uma tradição cultural…

O que mata e o que dá vida
A tal liga tem agora de avançar contra a Constituição Brasileira. Afinal, Deus está lá. Vejam que sociedade de iniqüidades se construiu nos Estados Unidos, onde as pessoas ainda juram com a mão posta sobre a Bíblia. Que país ridículo é aquele capaz de cantar em seu hino: “In God is our trust”, discriminando ateus e agnósticos? O paraíso da liga é a Coréia do Norte, de onde a religião foi banida. Ou a China. Boa era a antiga União Soviética. Igualitários e sem preconceitos eram os países da Cortina de Ferro. Bacana é Cuba, sem essas frescuras com o Altíssimo… Como dizem alguns ateus do miolo mole, as religiões matam demais! Os regimes laicos, especialmente os comunistas, é que souberam proteger os homens, não é mesmo?

Sim, sinto-me bastante envergonhado por aquela gente toda — as que pediram o fim dos crucifixos e as que aceitaram o pleito. O cristianismo é hoje a religião mais perseguida do mundo. Um iraniano foi condenado à morte por se converter. Começamos a assistir a uma variante da perseguição religiosa em nosso próprio país.

Não duvidem! Se as confissões cristãs aderissem à pauta da Liga Brasileira de Lésbicas — seja ela qual for —, o pedido não teria sido encaminhado. Como isso não aconteceu nem vai acontecer, elas resolveram que um símbolo, que tem valor para mais de 90% dos brasileiros (entre católicos, protestante tradicionais e evangélicos), tem de desaparecer. A desculpa? O laicismo do estado.

Eis aí mais um exemplo do fascismo de minorias. Uma leitora relatou aqui a sua participação num fórum que debateu a legalização do aborto. Um grupo de feministas defendeu de modo muito enfático que o combate ao aborto seja considerado um crime. Afinal, argumentaram, é uma questão de direitos humanos e de direitos da mulher… Em breve, será crime simplesmente não concordar com “eles”.

Os doutores do Rio Grande do Sul confundiram laicismo do estado com o ateísmo militante do estado. Mandaram para o lixo mais de 2 mil anos de cultura ocidental e mais de 500 da história do Brasil. Afinal, a Liga das Lésbicas ficava muito ofendida ao ver na parede aquele signo. O signo que está na raiz das idéias de igualdade no Ocidente.

Para encerrar: lembrem-se que essa era uma das propostas do “Plano Nacional-Socialista de Direitos Humanos”. Não vingou porque a sociedade reagiu. Os militantes não se conformaram e foram à luta. Encontraram os doutores que lhes deram guarida.

O crucifixo está sendo expulso dos tribunais do Rio Grande do Sul. Como isso afronta os valores da esmagadora maioria do povo gaúcho SEM QUE SE GANHE UMA VÍRGULA NA ESFERA DO DIREITO, uma parte da justiça está necessariamente sendo expulsa com ele.

A esmagadora maioria do povo acredita em Deus, mas as elites militantes não acreditam no povo. Tampouco exercem o poder em seu nome. Ponto!


Por Reinaldo Azevedo


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

Idéias Esdrúxulas

Idéias esdrúxulas de alguns dos nossos deputados.


Na Veja on-line:

No presidencialismo brasileiro, a maior pauta de votações da Câmara se resume a medidas provisórias e projetos de lei patrocinados pelo governo. Sim, os deputados também têm suas ideias - mas muitas delas estão bem longe do objetivo de tornar o Brasil mais justo e eficiente. Um olhar atento sobre os projetos que circulam nos subterrâneos da Casa mostra como os parlamentares interpretam mal a função legislativa. Num país atolado por uma quantidade infindável de leis municipais, estaduais e federais, parte dos deputados vê o ofício como a missão de aprovar mais medidas inexplicáveis e, com isso, criar mais proibições desnecessárias. Discretamente, muitas passam pelas comissões e chegam à votação no plenário.

A deputada Janete Pietá (PT-SP) é um exemplo revelador. Tal qual o personagem de Lima Barreto, a petista acredita que o currículo das escolas precisa incluir aulas de línguas indígenas. A medida, sonha a parlamentar, "irá despertar nas novas gerações o interesse do aprofundamento da cultura indígena, o respeito pelas comunidades afastadas, a valorização de seus direitos".

Vinicius Carvalho (PTdoB-RJ) caprichou. Apresentou em 2009 um projeto de lei que obrigaria as emissoras de TV a exibir, diariamente, reportagens sobre o funcionamento do Congresso Nacional. Para o deputado, a TV Câmara, a TV Senado e A Voz do Brasil são insuficientes. Na justificativa, Vinicius expõe seus ressentimentos: "Apesar de todas as atividades parlamentares desenvolvidas, os trabalhos realizados pelos congressistas não têm recebido o devido destaque junto às emissoras comerciais de televisão". Carvalho, que não conseguiu se reeleger em 2010, pediu, ele mesmo, a retirada da proposta de tramitação.

Recém-promovido a ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) demonstrou criatividade em sua passagem pela Câmara. Ele elaborou uma proposta que tornaria obrigatório para os motoqueiros o uso de um colete inflável, uma espécie de air bag. Nelson Bornier (PMDB-RJ), por sua vez, quer que todos os ônibus de linha do país tenham janela de vidro refletivo (espelhado). "De pronto, passageiros e condutores terão maior conforto térmico no interior dos veículos, independentemente do uso de ar condicionado", justifica o parlamentar.

Enquanto isso, donos de imóveis com piscina podem ter que construir grades de 1,20 metro de altura em volta da água. A ideia de Jefferson Campos (PSB-SP) valeria para as piscinas públicas e particulares. O parlamentar estabeleceu com detalhe as medidas necessárias para a grade, "de forma que impeça a passagem de crianças e animais".

Datas - Outra tarefa pela qual os deputados têm apreço é a criação de datas comemorativas. Como se torna cada vez mais difícil achar uma categoria que não tenha sido contemplada, é preciso ser criativo. No ano passado, por exemplo, os parlamentares propuseram a criação do dia da Ação Paramaçônica Juvenil, da Aquicultura, da Oração, Celebração e Adoração a Deus, da Paz e da Conciliação, da Planta Medicinal, das Artes Marciais, do Capelão Evangélico Civil e Militar, do Corista, do Perdão, do Samba de Roda e do MMA - este último, ideia do ex-campeão de boxe Acelino Popó Freitas (PR-BA).

Distorção - As iniciativas inusitadas dos parlamentares são reveladoras de um mal que atinge os legisladores no país: a tese de que a solução de todos os problemas, mesmo os mais simples, passa pela criação de leis e pelo aumento do poder estatal. São deputados que se comportam como se fossem 'vereadores federais'.

"Muitos deputados ou senadores chegam e fazem proposições tentando apresentar sugestões que vêm da população", diz o cientista político Antônio Flávio Testa. "Outros simplesmente têm ideias esdrúxulas. De qualquer forma, dificilmente esses projetos chegam ao plenário". De fato, essa é uma irônica consequência positiva da cooptação do Congresso pelo Executivo: como a Câmara e o Senado se transformaram em apêndices do Planalto, aprovando apenas propostas de interesse do governo, os projetos de lei esdrúxulos tendem a adormecer eternamente nas gavetas do Parlamento.



Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente