Antonio Ribeiro em seu blog (beja.com). Segue:
"Israelenses e palestinos encetaram sozinhos uma pendenga velha de mais de meio século. Desde o início do conflito, vasto contingente de mediadores tentou - e continua - em vão chamar os beligerantes à razão. É o caso hoje do chamado Quarteto de Madri. Ele reúne esforços dos Estados Unidos, Rússia, União Européia e a ONU. Não é nada, não é nada, é quase o mundo inteiro.
Se ao longo dos anos as negociações de paz trouxeram algum aprendizado, ele mostra que os avanços sempre aconteceram quando os protagonistas da disputa tomaram iniciativa própria. Sem o requisito básico, a fila nunca andou mísero milímetro. Não será diferente agora. O problema atual, só não vê quem não quer: israelenses não tem mínima confiança nos palestinos e vice versa. Não vamos perder tempo fazendo acordos para serem violados logo em seguida, pensam eles. Resultado: continuam medindo força.
“Y en eso llego Fidel”, canta compositor cubano Carlos Puebla na toada caribenha. E nisso chegou Lula, dizemos nós. O presidente brasileiro desembarcou em Israel com posição impar no trato com a demência do iraniano Mahmoud Ahmadinejad e aos anfitriões, apresentou recusa de visitar o túmulo de Theodor Herzl, fundador do sionismo político e inspirador do Estado Judaico de Israel.
O surpreendente candidato a mediador e destemido do ridículo recebeu troco imediato. Foi esnobado pela ausência do ministro das Relações Exteriores do país que o acolheu quando discursou no Knesset, o Congresso de Israel. Passou a ouvir críticas de parlamentares assim que cedeu a tribuna. O presidente da casa chegou a comparar, nas entrelinhas, a cegueira de Lula na questão nuclear iraniana com um dos mais trágicos enganos da história. O acordo do ex-primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain com os nazistas. Falta de visão que desaguou na Segunda Guerra Mundial e no Holocausto, onde morreram mais de 6 milhões de judeus.
Está prevista uma homenagem a Arafat na agenda de Lula. Desta feita, o presidente irá colocar flores no túmulo do líder palestino. É só mais uma reverência de uma longa série ao legado de Yasser Arafat. O palestino era bem conhecido por não perder uma oportunidade de perder oportunidade. Em prol da ruptura da tradição da diplomacia brasileira, Lula não tem feito outra coisa."
Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente
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