quarta-feira, 28 de abril de 2010

Polícia paraguaia prende brasileiros

Polícia paraguaia prende brasileiros

No Estadão:

A polícia do Paraguai prendeu ontem dois brasileiros - Eduardo da Silva e Marcos Cordeiro Pereira - acusados de cometer o atentado que, na segunda-feira, feriu o senador paraguaio Robert Acevedo e matou seus dois guarda-costas na cidade de Pedro Juan Caballero, 500 quilômetros ao norte de Assunção, na fronteira com o Estado brasileiro do Mato Grosso do Sul.

“Os dois detidos são de São Paulo. Temos informações de que a polícia brasileira já está realizando operações nas favelas dessa cidade” para descobrir seus antecedentes, disse o chefe de polícia do Departamento (Estado) de Amambay, Francisco Gonzales.

Amambay é uma das cinco regiões paraguaias onde vigora o estado de exceção aprovado no sábado pelo Congresso, como forma de facilitar a ação das Forças Armadas contra o crime organizado e a guerrilha Exército do Povo Paraguaio (EPP), que, de acordo com a Justiça local, mantém relações com guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e tem espalhado o terror no Paraguai com uma onda de assassinatos e sequestros para fim de extorsão. O EPP também teria vínculos com grupos que exploram o narcotráfico no Paraguai.

O dois brasileiros presos estavam numa casa onde foram encontrados sete veículos, três deles com placas paraguaias adulteradas e alguns outros com placas de São Paulo. A polícia também encontrou uma caminhonete Ford Ranger incendiada na noite de ontem, com placa de São Paulo e cheia de cartuchos de fuzil em seu interior. A promotora paraguaia Lourdes Peña disse que o carro é clonado e provavelmente foi usado pelos criminosos na ação.

Crime organizado. Para o juiz da 3.ª Vara Federal de Campo Grande, Odilon de Oliveira, que já condenou pelo menos 500 integrantes do crime organizado na fronteira Brasil-Paraguai, durante os mais de dez anos em que atuou na Justiça Federal de Ponta Porã - cidade do Mato Grosso do Sul separada apenas por uma avenida de Pedro Juan Caballero -, a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) está por trás da ação.

“Existem documentos provando que o brasileiro Nilton Cezar Antunes de Véron, preso em Assunção desde 2005, quando foi flagrado transportando 102 quilos de cocaína colombiana jurou matar o senador (Acevedo). Véron é um dos chefes do PCC no Paraguai. Meu amigo senador sabia de todo esse esquema, mas é um incansável combatente contra o crime organizado. Certamente os pistoleiros tentarão abatê-lo novamente”, disse Oliveira.

Acevedo, que é membro do governista Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), disse ontem, ainda no hospital, que os traficantes “puseram um preço de US$ 300 mil” por sua cabeça. Ele anunciou que abandonará a cidade “tão logo possa” porque ainda teme por sua vida.

Além de político, Acevedo é dono de diversos postos de gasolina, empresas de importação de produtos eletrônicos e da emissora de rádio Amambay, a mais importante do departamento de mesmo nome, onde o crime ocorreu. Ele e seus seguranças foram atacados com rajadas de fuzil em plena tarde, no centro da cidade.


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

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