segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Chávez e Evo enviariam urânio ao Irã

Por Andrei Netto, no Estadão:

O Departamento de Estado americano obteve informações em março de 2009 segundo as quais o Irã venderia armas à Venezuela, disfarçando os carregamentos em caixas de materiais eletrônicos. No sentido contrário, suspeitavam diplomatas americanos, Teerã buscaria na Venezuela e na Bolívia urânio para alimentar seu programa nuclear.

As suspeitas foram divulgadas ontem graças a mais revelações de telegramas diplomáticos secretos divulgados pelo site WikiLeaks.

As suspeitas começaram no início de 2006, quando Teerã aproximou-se dos governo do venezuelano Hugo Chávez e do boliviano Evo Morales. Desde então, acordos comerciais e a presença de técnicos iranianos em jazidas de minério nos dois países latino-americanos foram esquadrinhados por serviços diplomáticos e secretos dos EUA. Segundo os despachos, isso ocorreu em especial após 2009, quando o ministro de Indústrias venezuelano, Rodolfo Sanz, afirmou que as “proporções geológicas” de seu país indicam que a Venezuela pode “ter importantes reservas de urânio”.

Os telegramas das embaixadas dos EUA em Caracas e Bogotá, revelados pelo site, contêm testemunhos que confirmariam a presença de um total de 57 técnicos iranianos “que não respondem à administração venezuelana” e trabalhariam em órgãos de mineração e geologia.

Os americanos ponderaram ainda que a Venezuela “não tem cientistas qualificados para levar a cabo um programa nuclear”, o que reforçaria a suspeita de colaboração com o programa nuclear iraniano.

A mesma suspeita teria sido levantada por autoridades de Israel, que, em maio de 2009, advertiam os diplomatas americanos que Irã, Bolívia e Venezuela colaboravam entre si na questão nuclear.

Em outros despachos, de março de 2009, o Departamento de Estado americano é informado que o Irã estaria enviando carregamentos de armas e produtos químicos para a Venezuela, por meio da Turquia. “Autoridades venezuelanas esperavam receber um carregamento de veículos aéreos não tripulados (UAV) e de material relacionado do Irã, via Turquia, em maio de 2009. Funcionários venezuelanos acreditavam que o equipamento podia ser embalado novamente e rotulado como equipamento eletrônico, transportado por rodovias do Irã à Turquia. Uma vez na Turquia, seria carregado em um navio de transporte marítimo”, diz um dos documentos

Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

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