terça-feira, 22 de março de 2011

Obama e o ataque à Líbia: uma decisão patética

Obama e o ataque à Líbia: uma decisão patética


Leiam o que publica O Globo, por Fernanda Godoy, volto em seguida:

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O presidente Barack Obama está enfrentando uma chuva de críticas e cobranças sobre a clareza da missão americana na Líbia. Parlamentares republicanos e democratas querem que o presidente explique qual o objetivo da intervenção militar: depor o ditador Muamar Kadafi ou proteger civis e permitir a entrada de ajuda humanitária, como diz o texto da resolução na ONU? O papel dos EUA passará a ser secundário em breve, conforme dizem as autoridades, ou o país será tragado para uma longa campanha militar, com prazos e resultados imprevisíveis? As cobranças aumentaram no fim de semana, quando Obama estava no Brasil, com líderes do Congresso se queixando de que ele não consultara o Legislativo nem explicara à nação sua intenção ao entrar numa terceira guerra contra um país muçulmano, depois de Iraque e Afeganistão. Os assessores da Casa Branca fizeram um esforço para reforçar a imagem de Obama participando de todas as decisões à distância, mas isso não o poupou de críticas por estar ausente num momento crucial.
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Tô de volta.

O presidente norte americano determinou o ataque às forças de Muamar Kadafi após resolução da ONU autorizar a implantação da zona de exclusão aérea e a proteção a civis.

Pois bem, agindo de uma forma patética (sim, eu disse patética), Obama não consultou o Poder Legilativo norte americano. Não esclareceu nem estabeleceu os reais objetivos do ataque. Determinou o ataque quando estava em visita ao Brasil. Nem Bush fez o mesmo com relação à guerra do Iraque... mas isso é outra história!

É certo que a implantação de uma zona de exclusão aérea implica necessariamente numa intervenção militar (estamos falando de ataques aéreos tais quais como ocorreram). Após os ataques, Obama foi severamente criticado, como se não tivesse sido autorizado a implantar tal exclusão aérea.

Pois bem, quem tem razão? Kadafi? Os rebeldes? A ONU? Obama? O Marcelinho Carioca?

Resposta: NINGUÉM!

Pouca gente sabe da realidade na Líbia.

O que é fato é que os civis (rebeldes) estão armados.

Pergunta-se:
- A irmandade muçulmana, apoiada por terroristas da Al Qaeda e do Hamas, estaria armando os rebeldes?
- Trata-se de uma movimentação popular pela democracia ou um movimento pela tomada do poder?
- Se os rebeldes estão armados e seus objetivos são o poder, então temos uma guerra civil?
- A resolução da ONU considerou a possibilidade de tratar-se de uma guerra civil?
- O presidente norte americano considerou tal possibilidade quando determinou a intervenção militar?
- A ONU considerou tal possibilidade quando baixou a resolução determinando a implantação da zona de exclusão aérea?
- Se o Poder Legislativo e o povo norte americano desconhecem o objetivo do ataque, Barack Obama o conhece?
- A ONU esperava a implantação da zona de exclusão aérea sem uma intervenção militar? (a resposta afirmativa seria estúpida e irresponsável!)
- A intervenão militar dos EUA, Grâ-Bretanha e França, autorizada pela ONU, implicará na deposição ou renúncia de Muamar Kadafi?

Ninguém, absolutamente ninguém ainda respondeu a tais indagações. Nem imprensa, nem políticos, nem analistas políticos, economistas ou representates da ONU. E não responderam porque não as têm.

Outro fato inconteste é que o ditador assassino Moamar Kadafi era aliado dos norte americanos no combate ao terrorismo.
Obama determina um ataque militar a seu aliado.... Parte da premissa de que, na Líbia, existe um movimento popular pela democracia?

É uma decisão no mínimo irresponsável (eu denominei de patética). Por quê?

Ora, tentem responder às seguintes questões (as mais importantes):
- O que vem depois?
- Se Muamar Kadafi se mantém no poder (o que é improvável), como ficam as relações comerciais com a Europa e o Ocidente, especialmente nas questões relacionadas ao petróleo e mercado de ações?
- Até quando perdurará a intervenção militar? Até a deposição de Kadafi?
- Quem assumirá o poder após a deposição? Haverá eleição?
- Existe a possibilidade de uma organização terrorista assumir o poder político da Líbia?
- Neste caso, a ocupação militar ocorrerá por quanto mais tempo?
- Daqui em diante, quais as políticas a serem implantadas com relação a outros países árabes sob regime ditatorial?

Ninguém esclarece o que realmente é importante.

E o que mais me espanta: os profissionais da imprensa não perguntam!


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

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