terça-feira, 5 de abril de 2011

A senadora Kátia Abreu deixa o DEM para filiar-se ao PSD

A senadora Kátia Abreu deixa o DEM para filiar-se ao PSD.

Acompanhem trecho de sua entrevista. Por João Bosco Rabello, no Estadão:


Por que deixar o DEM?
Em busca de uma tribuna mais eficaz para defender meu ideário. O DEM cumpriu missão histórica admirável, viabilizando a transição democrática com Tancredo Neves e José Sarney, e garantindo a estabilidade dos três governos seguintes. Mas vive turbulência interna. Deixo o partido, mas não mudo: as ideias e objetivos são os mesmos.

Se é assim por que não foi possível uma solução interna?
O convívio partidário é como um casamento. Quando o desgaste ultrapassa determinado ponto, em que a confiança é atingida, não adianta insistir. O DEM não pratica internamente a democracia que prega externamente. Se mostra constrangido em assumir o ideário liberal.

O PSD surge num contexto que já abriga 27 legendas. Não há partidos demais?
Não é questão de quantidade, mas de qualidade. O quadro partidário brasileiro passará inevitavelmente por um rearranjo. O PSD apenas deu a partida. Outras siglas surgirão, outras desaparecerão. É questão de tempo.

Mas o PSD já nasceu provisório, anunciando fusão com o PSB.
O PSD nasce com ânimo definitivo, para ocupar um espaço que precisa ser preenchido no cenário partidário: os ideais da economia de mercado e do Estado de Direito. Será o partido da classe média, que se expandiu desde o Plano Real e hoje reúne mais de 100 milhões de brasileiros.

Por que o PSD desistiu da fusão com o PSB?
A ideia de fusão foi apenas uma hipótese inicialmente colocada, em ambiente de tempestade de ideias, em decorrência das dificuldades operacionais de se criar uma nova legenda. Mas, na medida em que se aprofundou a discussão, foi posta de lado. Eu mesma jamais pensei em ingressar num partido cujo ideário é bem distinto do meu.
(…)
O prefeito Kassab se definiu como um político “de centro, com uma leve tendência para a esquerda”. E a sra.?
Kassab, ao mencionar essa tendência à esquerda, quis enfatizar sua preocupação com o social, não estabelecer um vínculo ideológico. Ele é um homem da economia de mercado, que sabe dos benefícios sociais que ela gera onde é de fato praticada. Esse é um mito que precisa ser desfeito: o de que a preocupação com o social é monopólio dos socialistas, da esquerda. Não é.

Mas seu vínculo com o agronegócio é frequentemente interpretado como uma contradição com o discurso social.
Essa é mais uma falácia dos que querem atribuir aos socialistas o monopólio do bem e vilanizar seus adversários. Os produtores rurais, que tenho a honra de representar, são muito mais eficazes na erradicação da pobreza que os seus críticos. São responsáveis pela produção da melhor e mais barata comida do mundo, gerando emprego e renda.

Outra leitura é a de que o partido será linha auxiliar do governo.
Faremos oposição, mas não como um fim em si mesmo. Oposição não é empresa de demolição. Quem assim pensava e agia era o PT. Oposição é parte da ação governativa.
(…)
Diz-se que uma das condições de seu ingresso no PSD foi a garantia de presidi-lo.
O PSD não terá dono. Queremos um partido que tenha nas prévias um instrumento para decisões.


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

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