quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Taí uma notícia boa!

Taí uma notícia boa!
Pacote de medidas anunciado por Dima tende a aquecer a produção industrial.

O pacote de medidas anunciadas ontem pela presidente Dilma Rousseff para ampliar a competitividade da indústria brasileira beneficia, de diversas maneiras, as fabricantes de veículos. Houve, por exemplo, a prorrogação, até dezembro de 2012, do prazo das linhas de financiamento do PSI-Finame, do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social, que oferecem juros reduzidos para a compra de máquinas e caminhões por parte das empresas. E o Imposto sobre Produtos Industrializados reduzido para indústrias de maquinários e veículos de carga também foi estendido até o fim do ano que vem.

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automores, essas ações, entre outras, tendem a ter reflexos favoráveis sobre o setor e para a economia como um todo. O plano prevê ainda a criação de regime automotivo, com incentivo tributário às empresas do ramo, como contrapartida ao investimento, emprego e inovação, mas a entidade aguarda detalhamento para saber o alcance das medidas.

AUTOPEÇAS - Se para as montadoras de veículos, o programa tem sinalização favorável, para as fabricantes de autopeças, o cenário de dificuldades não deve mudar, na avaliação do conselheiro do Sindicato Nacional das Indústrias de Componentes Automotores Mário Milani, que é diretor de empresa do ramo em São Bernardo. Ele cita, em relação a uma das medidas, de estímulo aos investimentos em inovação, que isso não alcança as micro e pequenas. "Elas não fazem investimento em tecnologia, isso é só bom para as grandes", diz.

Milani considera que os custos do setor no Brasil vão continuar 30% a 40% maiores do que em outros países e a avalanche de carros importados deve prosseguir. As perspectivas, na sua avaliação, não são das melhores, já que as montadoras estão ampliando o volume de componentes trazidos do Exterior. Sua empresa de autopeças, por enquanto, não reduziu o quadro de funcionários, mas com a perda de espaço para os produtos estrangeiros, haverá demissões em 2012, projeta o executivo.

O diretor da regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo em Santo André, Shotoku Yamamoto, que também atua na área de autopeças, observa ainda que não adianta ficar resolvendo o problema específico de têxteis e calçados (que terão a desoneração da folha de pagamento) e não olhar para outros ramos de atividade. Para o dirigente, pequenas empresas das mais diversas áreas deveriam ter o mesmo benefício. Além disso, ele também considera que enquanto não mudar a política de valorização do real, a desindustrialização vai continuar.

DEFESA COMERCIAL - Para a Comissão de Defesa da Indústria Nacional, que reúne setores que têm sofrido duramente com a perda de espaço para os importados (como as autopeças, fabricantes de óculos e têxteis), a redução dos prazos para investigação de práticas desleais de importação (como dumping ou seja, a entrada de itens com preços abaixo do custo da matéria-prima) foram bem recebidas. "O único ponto é que não seja só discurso e que, desta vez, essas medidas sejam aplicadas", afirma o integrante da entidade, Roberto Barth.

Além da redução dos prazos para abertura de processos, a análise e aplicação de medidas antidumping e outras deve sair mais rápido: em vez de levar 240 dias, sairá em 120 dias.

Barth comenta que a ampliação do número de investigadores da área de defesa comercial também deve ajudar. "Hoje o governo não tem gente suficiente para a enxurrada de petições", afirma.


Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato
Vice-Presidente

Nenhum comentário:

Postar um comentário