sexta-feira, 27 de abril de 2012

SUPREMO RETOMA HOJE JULGAMENTO SOBRE COTAS RACIAIS

SUPREMO RETOMA HOJE JULGAMENTO SOBRE COTAS RACIAIS. Não tenho esperança, neste caso, de que nossa Constituição seja respeitada. O Supremo Tribunal Federal deve retomar hoje o julgamento sobre as cotas raciais nas universidades públicas. Ocorre que não vejo como respeitar a constituição instituindo-se o regime de cotas raciais no Brasil. Vamos là: Artigo 5º da Constituição, uma cláusula pétrea: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (…)” "Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) III - criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si." Estão aí duas normas constitucionais que dizem exatamente como deve ser interpretada a implantação do regime de cotas no Brasil. “Todos” quer dizer “todos” ? Brancos, mestiços, pretos, amarelos, vermelhos…, enfim, todos são iguais perante a lei. Se as circunstâncias, em razão de uma gama enorme de fatores, torna desiguais os homens, desiguais eles são na vida social. E a política existe justamente para que se organizem e busquem viver na prática essa igualdade. Será desigualando os homens diante da lei que se vai produzir igualdade? Estariam os homens considerados desiguais, acima da lei? A resposta lógica e óbvia é não. O estudante Giovane Pasqualito Fialho, branco, foi reprovado num vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, embora tenha tido nota superior à de alunos que ingressaram pelo regime de cotas. A síntese é: gente como Fialho teve seu direito suprimido. Entender que um negro ou mestiço tem direito especial a uma vaga, mesmo com nota inferior ao candidato em questão, faz de Fialho, que é branco, o responsável por uma desigualdade que não foi produzida nem por ele nem pelo vestibular da UFRGS, certo? Por que Fialho deveria pagar pessoalmente por isso? Porque é branco? Isso é democracia racial? Raças humanas não existem. A genética comprovou que as diferenças icônicas das chamadas “raças” humanas são características físicas superficiais, que dependem de parcela ínfima dos 25 mil genes estimados do genoma humano. A cor da pele, uma adaptação evolutiva aos níveis de radiação ultravioleta vigentes em diferentes áreas do mundo, é expressa em menos de 10 genes! Nas palavras do geneticista Sérgio Pena: “O fato assim cientificamente comprovado da inexistência das ‘raças’ deve ser absorvido pela sociedade e incorporado às suas convicções e atitudes morais Uma postura coerente e desejável seria a construção de uma sociedade desracializada, na qual a singularidade do indivíduo seja valorizada e celebrada. Temos de assimilar a noção de que a única divisão biologicamente coerente da espécie humana é em bilhões de indivíduos, e não em um punhado de ‘raças’.” (”Receita para uma humanidade desracializada”, Ciência Hoje Online, setembro de 2006). Vamos aguardar a decisão do STF. Dr. Luiz Arnaldo de Oliveira Lucato Vice-Presidente

Nenhum comentário:

Postar um comentário